JUAZEIRO DO NORTE (CE) — A venda de livros usados registrou
um crescimento de 20% em relação ao ano passado.
A estimativa é de Francisco Pereira Cardoso, 50 anos,
que está na atividade há sete anos juntamente
com sua esposa. Em Juazeiro do Norte funcionam cinco “sebos”,
mas, nos primeiros meses do ano, surgem muitos camelôs
vendendo livros nas portas de escolas. Até mesmo alunos
atuam como livreiros para conseguir dinheiro e amenizar os
gastos dos pais na compra do material escolar.
Ontem, no dia consagrado ao vendedor de livros, a reportagem
do Diário do Nordeste percorreu alguns estabelecimentos
para sentir o comportamento da atividade. Quem trabalha nos
sebos garante que a diferença de preços entre
livros novos e usados situa-se na faixa de 35 a 50%, dependendo
das condições do mesmo. Sobre o assunto, Francisco
Pereira denuncia a existência de um “lobby”
por parte das editoras “que reformulam edições
para inviabilizar o negócio”.
Depois, conforme acrescenta, os representantes das editoras
atuam junto às escolas sugerindo a exigência
das edições reformuladas. Outra vantagem no
sebo é a possibilidade da troca de livros quando os
proprietários cobram uma taxa em torno de R$ 5,00 dependendo
das condições do livro. “O que sobra no
apertado orçamento doméstico é pouco
e o sebo termina sendo a saída”, justifica Cardoso.
Ele elogia a cobrança das escolas por um número
maior de livros paradidáticos.
Segundo o livreiro, antes as escolas exigiam um livro por
semestre em média e, hoje, chega a ser quase mensal.
“Em muitos estabelecimentos a relação
já é apresentada no início do ano”,
afirma. Outro elogio feito por Francisco Pereira foi para
a campanha “Quem lê viaja”, desenvolvida
pela televisão incentivando o hábito da leitura,
principalmente nos intervalos dos jogos pelo Campeonato Brasileiro.
“Eu me senti tão estimulado que mandei rodar
um panfleto de incentivo à leitura para distribuir
nas escolas”, conta Cardoso.
É da renda garantida pelo sebo da Galeria José
Viana, que Cássia Lima Cordeiro e Geraldo Júnior
sustentam os dois filhos. O casal está à frente
do negócio há dois anos, mas Júnior já
trabalhava com a mãe na venda de livros usados. O sebo
reúne ainda discos de vinil, CDs e revistas. Segundo
Cássia, o negócio é mais rentável
nos três primeiros meses do ano quando os pais saem
para a compra do material para os filhos. “Depois disso,
o comércio transforma-se num pinga-pinga com um número
reduzido de compradores”, explica.
As informações são do jornal Diário
do Nordeste, de Fortaleza CE.
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