O ministro
Antonio Palocci (Fazenda) indicou que a taxa básica
de juros da economia brasileira (Selic) deve sofrer nova alta
neste mês.
Em entrevista ao "Canal Livre", da TV Bandeirantes,
que foi ao ar ontem às 23h30, Palocci disse que "as
últimas atas indicam que continua a preocupação
do Banco Central com as pressões inflacionárias".
Questionado se isso significava que os juros subiriam na
reunião do Copom (Comitê de Política Monetária)
que acontece nesta quarta-feira, Palocci foi evasivo, disse
que não fazia parte do comitê e que, por isso,
não poderia responder a pergunta.
Para o mercado, o Copom deve elevar os juros em 0,5 ponto
percentual, para 18,25% ao ano, na reunião desta semana.
Churchill
Palocci também citou o ex-primeiro-ministro
da Inglaterra Winston Churchill para defender o bastante criticado
sistema de metas de inflação.
"Assim como disse o Churchill sobre a democracia, [eu
digo que] o sistema de metas de inflação é
duro, cheio de defeitos, mas ainda é o melhor sistema
que existe", afirmou.
Na semana passado, até mesmo o ministro Luiz Fernando
Furlan (Desenvolvimento) atacou as metas de inflação.
Segundo ele, não adianta elevar os juros para combater
preços administrados, que são a principal causa
da inflação no país.
Palocci respondeu sem polemizar: "Não vejo má-fé
em críticas, as pessoas querem mais investimentos e
têm razão nisso".
Ele, no entanto, descartou mudanças no sistema de
metas. Além disso, garantiu que não haverá
alteração no regime de câmbio flutuante
em um momento em que críticos começam a cobrar
do governo uma intervenção no mercado para elevar
a cotação do dólar.
Por último, Palocci também afirmou que não
haverá mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal
apesar das pressões de Estados e municípios
endividados. Para ele, o regime fiscal brasileiro foi um pilar
fundamental que sustentou a retomada do crescimento da economia
brasileira e, por isso, não pode mudar.
As informações são
da Folha Online.
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