Heitor
Augusto
Desenvolver políticas públicas voltadas para
a juventude é um dos grandes desafios das administrações
federal, estadual e municipal. No Brasil, segundo dados do
IBGE, 19,4% dos jovens entre 15 e 24 anos estavam desempregados
em 2005. Em São Paulo, na faixa de idade entre 18 e
24 anos, o desemprego atinge 26,28% (dados do ano de 2000).
Atletas e ex-atletas se uniram para tentar diminuir a dificuldade
de o jovem chegar ao mercado de trabalho. Criaram a ONG Atletas
pela Cidadania, que reúne 35 esportistas – como
Ana Moser, Gustavo Borges, Magic Paula, Sócrates, entre
outros. A meta é ousada: incluir, até 2010,
800 mil jovens no mercado de trabalho.
“Queremos ser políticos, sem ser ‘políticos’.
Fazer uso da força de cada atleta para agir, politicamente,
na defesa e promoção de causas sociais transformadoras”,
afirma Ana Moser, ex-medalha de bronze do volêi de quadra
nas Olímpiadas de Atlanta (1996) e que hoje é
presidente do Instituto Esporte e Educação.
Lei do Aprendiz
Para atingitr o objetivo de encontrar oportunidades no mercado
para os jovens, a Atletas
pela Cidadania vai focar sua atuação no
cumprimento da Lei do Aprendiz. Sancionada em dezembro de
2000 e regulamentada cinco anos depois, a Lei 10.097/00 determina
que empresas com mais de 100 funcionários contratem
aprendizes – jovens de 14 a 18 anos matriculados em
escolas técnicas ou de serviços de aprendizagem,
como o Senai e Senac. Dependendo do porte da empresa, 5 a
15% do pessoal deve ser composto por estudantes desse perfil.
De acordo com levantamento da Delegacia Regional do Trabalho
de São Paulo, realizado em 2006, cerca de 40% das corporações
não cumprei a lei. “Inicialmente, vamos mobilizar
a sociedade para que empresas, governo e ONGs consigam fazer
valer a Lei do Aprendiz. Segundo o Ministério do Trabalho
e Emprego, apenas 56 mil jovens são beneficiados”,
analisa Ana
Moser.
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