Heitor
Augusto
A programação da 31ª Mostra Internacional
de Cinema, que começa nesta sexta-feira, 19, conta
com mais de 400 filmes. Diretores consagrados que farão
retrospectiva de sua obra, como Claude Lelouch (“Retratos
da Vida”); filmes que serão lançados no
evento, como “O Passado”, de Hector Babenco (“Carandiru”);
obras polêmicas, como “Redacted” (“Editado”),
de Brian De Palma (“Os Intocáveis”), que
resgatou imagens da guerra do Iraque.
Para os leitores que gostam de ver a cidade de São
Paulo retratada na telona, o Site GD – Jornalismo
Comunitário selecionou cinco filmes que têm
a cidade como pano de fundo, seja por meio da ficção
ou pelo registro documental.
Confira a seleção abaixo:
“Corpo”, de Rossana Foglia e Rubens Rewald
Artur (Leonardo Medeiros), um médico legista que, de
tão acostumado a lidar com mortos, trata os vivos de
maneira gélida, encontra um corpo identificado como
de uma moça morta há 30 anos, mas outro médico
afirma que ela morreu há menos de três dias.
A partir daí, desperta de sua monotonia diante da vida
e tenta desvendar, acompanhado de sua parceira Lara (Chris
Couto), essa história pouco verossímil. O longa
foi rodado em São Paulo e há cenas das estações
do Metrô Sumaré e Clínicas, além
da avenida Paulista e de imagens da FFLCH, na USP.
Leonardo Medeiros, que interpreta Artur, parece estar se
especializando em filmes ambientados na cidade de São
Paulo. Também protagonizou, com Rodrigo Santoro, “Não
Por Acaso”, de Philippe Barcinski. O filme amarra duas
histórias que, aparentemente, não estão
relacionadas. Utilizando como metáfora o trânsito
da cidade, ele mostra que, assim como no trânsito, onde
uma batida na avenida Nove de Julho implica lentidão
nas redondezas, os acontecimentos na vida de alguns mudam
o destino de outros.
Clique
aqui para ver os locais de exibição de “Corpo”.
“Jardim Ângela”, de Evaldo Mocarzel
O documentário registra jovens do Jardim Ângela,
zona sul, em oficinas de audiovisual da Associação
Cultural Kinoforum, organizadora do Festival Internacional
de Curta-metragens de São Paulo. Na linha do flashback,
o filme começa com a exibição de trechos
do vídeo produzido pelos jovens e retorna, cronologicamente,
ao processo de produção. Enquanto isso, vidas,
histórias, retratos e pessoas são descortinadas.
Porém, Mocarzel faz questão de ressaltar que
não é um retrato clichê sobre a periferia
(grafite e hip hop).
O diretor já comandou outros filmes sobre São
Paulo. “À Margem do Concreto”, de 2006,
acompanha lideranças de movimentos de sem-teto da cidade.
Em 2003, Mocarzel dirigiu o curta-metragem “À
Margem da Imagem”, sobre a população de
rua (os dois filmes fazem parte de uma tetralogia).
Clique
aqui para ver os locais de exibição de “Jardim
Ângela".
“O Signo da Cidade”, de Carlos Alberto
Ricelli
“Está tudo escrito... ou a gente pode
mudar?”. Esta é a coluna cervical de o “O
Signo da Cidade”. Teca (Bruna Lomardi) é astróloga
e no seu programa de rádio ouve todo o tipo de história
sobre personagens da cidade. A protagonista vive o dilema
entre o destino pré-determinado e a intervenção
humana sobre ele.
Ricelli é conhecido do grande público por seus
papéis em filmes como “Brasília 18%”
e “Eles Não Usam Black Tie”. Na direção,
estreou com “Stress, Orgasmos e Salvação”,
exibido na Mostra de 2005.
Clique
aqui para ver os locais de exibição de “O
Signo da Cidade”.
“Via Láctea”, de Lina Chamie
A briga entre o casal Heitor (Marco Ricca, de “Crime
Delicado”) e Júlia (Alice Braga, de “Cidade
Baixa”) serve como ponto de partida para um mergulho
profundo na cidade. Heitor não aceita a separação
e atravessa toda a São Paulo para chegar à casa
de sua namorada. Mas, não consegue ficar indeferente
a todas as faces das ruas e espaços. A trilha sonora
entra como um componente fundamental, adequado a cada situação:
de Mozart a Manu Chao.
A diretora Lina Chamie afirma que a cidade é um dos
personagens de “Via Láctea”. O filme foi
bem recebido no Festival de Cannes, na França, este
ano.
Clique
aqui para ver os locais de exibição de “A
Via Láctea”.
“Quer Saber?”, de Paulo de Tarso “Disca”
Paulo de Tarso se tornou mais conhecido dos cinéfilos
com o curta-metragem “Super Herói Fora de Série”,
co-dirigido por Alê McHaddo. Um anônimo apaixonado
por HQs resolve intervir na realidade e salvar sua cidade.
Por fim, descobre que foi explorado pelo presidente de uma
editora que publica Histórias em Quadrinhos e que,
na verdade, ele não salvou ninguém e tudo não
passou de uma armação na qual ele não
passou de vítima.
Agora, o diretor sai do cômico e parte de um acontecimento
verídico para desenrolar uma trama ficcional. Duas
histórias (esposa traída e um homem que se apaixona
por uma prostituta) se conectam em maio de 2006, período
de ataques do PCC.
Clique
aqui para ver os locais de exibição de “Quer
Saber? ”.
Link relacionado:
Mostra
de Cinema tem programação gratuita para alunos de 2° grau
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