A quantidade
de empregos com carteira assinada criados no primeiro bimestre
deste ano foi a maior para o período desde 1992, quando
o Ministério do Trabalho começou a contabilizar
os dados.
Em janeiro e fevereiro, foram criados 239.180 novos postos
de trabalho com carteira assinada, um crescimento de 1,03%
em relação ao total de vagas que existiam no
final de 2003. A taxa de expansão do emprego formal
foi recorde para um primeiro bimestre. Nos últimos
12 meses, o total de vagas criadas chegou a 765.009 mil, 3,37%
a mais do que no período anterior.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, comemorou o resultado
do Caged (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados). Segundo
ele, os dados mostram que este ano será mais favorável
para o mercado do que 2003.
"Acredito que estejamos gerando um ciclo de desenvolvimento
para gerar milhões de empregos. O fundamental é
que a tendência e de crescimento, para animar todo mundo
a investir mais e apostar no crescimento sustentável",
disse o ministro.
Segundo ele, os dados do Caged são coerentes com as
estatísticas recentes do IBGE e da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo). Dados
da federação divulgados nesta semana mostram
que a indústria paulista criou 7.442 vagas em fevereiro.
Os números do IBGE apontam, por sua vez, um crescimento
de 0,8% no emprego industrial de janeiro com relação
a dezembro de 2003. Embora positivo, o ritmo de crescimento
do emprego industrial foi menor do que o verificado de julho
a novembro de 2003.
Em fevereiro, o mercado de trabalho contratou 139.074 novos
empregados com carteira assinada, um crescimento de 0,6% em
relação ao total de vagas que existiam em janeiro.
Essa expansão foi a maior já registrada para
meses de fevereiro.
No mês passado, foram admitidas 872.046 pessoas e demitidas
732.972. Os setores que mais contribuíram, em números
absolutos, para o aumento dos empregos formais foram os de
serviços e o da indústria. No setor de serviços
foram criadas 52.359 vagas, um crescimento de 0,56%. Na indústria,
o total de novas vagas foi de 38.086, um aumento de 0,7%.
Em termos percentuais, a administração pública
e a agricultura foram os que mais colaboraram para o bom desempenho.
Na agricultura, em fevereiro, surgiram 15.091 novas vagas.
A administração pública contratou, por
sua vez, 10.448 novos funcionários.
O interior do país colaborou mais do que as regiões
metropolitanas para os resultados.
Embora os dados sejam positivos, ainda não é
possível saber qual será o seu impacto no índice
de desemprego. O mercado informal (sem carteira assinada)
responde por mais da metade do total de empregos no país.
ANDRÉ SOLIANI
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo
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