Dados
da Pesquisa Nacional de Amostra em Domicílio, realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 2001, revelaram que entre os 10% mais ricos da população
do País, 23,4% freqüentam cursos da educação
superior. Já entre os 40% mais pobres, apenas 4% estão
matriculados nesse nível de ensino. As informações
serão publicadas na próxima edição
da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP)
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep/MEC).
Quando o cruzamento dos dados é feito por região,
o quadro é ainda pior. Na região Norte, apenas
2,1% dos alunos vindos das famílias mais pobres freqüentam
a universidade, e na região Nordeste, o número
é ainda menor - 0,9%. Por outro lado, nos mesmos locais,
os índices de freqüência para alunos das
classes mais ricas é maior do que nas demais regiões
brasileiras, com 25,1% e 25,8% respectivamente.
"Há uma disparidade enorme entre as regiões,
mas também se nós pegarmos no interior das regiões
mais pobres, veremos que ali se concentra distribuição
de renda e de propriedade muito perversa, que faz com que
o acesso à universidade nessas regiões também
penalize as camadas mais pobres", afirma o presidente
do Inep, Eliezer Pacheco.
Para Pacheco, os dados servem como base às ações
do Ministério da Educação de inclusão
do aluno pobre no ensino superior. Ele lembra que os programas
Universidade Para Todos e o projeto que prevê a reserva
de 50% das vagas para alunos da rede pública nas universidades
públicas são medidas emergenciais.
"Esse projeto (50% de cotas), assim como o Universidade
Para Todos, também assume vagas das instituições
privadas para estudantes carentes oriundos das escolas públicas
ou professores da rede pública que não tenham
ensino superior, porque são medidas eme rgenciais",
explicou.
As informações são
da Agência Brasil.
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