Os idosos
representam cerca de 9% da população brasileira.
Nas próximas duas décadas, a população
idosa do Brasil poderá dobrar, passando de aproximadamente
15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade
para cerca de 30 milhões, conforme estimativa do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nesta segunda-feira é comemorado o Dia Nacional do
Idoso, que desde 1º de janeiro, passou a ser amparado
pelo Estatuto do Idoso, sancionado em 1º de outubro de
2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lei
traz 118 artigos que estabelecem punições para
crimes contra os maiores de 60 anos e regulamentam os direitos
no que diz respeito à vida, à liberdade, à
saúde, à educação, à profissionalização,
à previdência social, à habitação
e ao transporte.
Segundo o IBGE, no Brasil, a proporção de pessoas
da terceira idade vem crescendo mais rapidamente que a proporção
de crianças. Em 1980, para cada 100 crianças,
existiam 16 idosos. Vinte anos depois, essa relação
praticamente já havia dobrado, numa proporção
de 30 idosos para cada grupo de 100 crianças. De acordo
com o instituto, esse crescimento se deve à soma de
dois fatores: a queda da taxa de fecundidade e o aumento da
longevidade da população.
Para se ter uma idéia, de acordo com o IBGE, em 1991
havia 13.865 centenários no Brasil. Em 2000, o número
de pessoas com cem anos ou mais chegou a 24.576, o que representa
um aumento de 77%. A maior parte destas pessoas estava concentrada
em São Paulo (4.457), depois na Bahia (2.808), seguida
de Minas Gerais (2.765) e Rio de Janeiro (2.029).
O secretário-adjunto de Direitos Humanos, Mário
Mamede, destaca a importância de a maior expectativa
de vida da população vir acompanhada de melhor
qualidade de vida, principalmente dos idosos pertencentes
às camadas mais carentes.
De acordo com Mamede, o Estatuto do Idoso entrou em vigor
justamente com esse propósito, o de garantir plena
cidadania à população idosa. "A
lei é um instrumento formidável para permitir
que a sociedade se conscientize da necessidade de garantir
aos idosos políticas públicas e, sobretudo,
respeito e dignidade. É também um instrumento
para os idosos cobrarem os direitos que eles detêm e
que não podem ser subtraídos."
Mamede assinala que, no caso dos mais pobres, a dificuldade
de acesso à informação é um dos
principais fatores que levam ao desconhecimento das medidas
de proteção a essa faixa etária previstas
na legislação.
Um dos desafios, agora, é fazer com que o estatuto
chegue à população idosa mais carente,
numa linguagem simplificada. "Esse é um desafio
colocado para o governo federal, para os governos estaduais,
para os governos municipais, para o Ministério Público,
para a Defensoria Pública e também para os meios
de comunicação."
As informações são
da Folha Online.
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