A paz
entre os donos de automóveis, policiais e os "flanelinhas"
pode estar prestes a se tornar uma realidade no DF. Uma ação
conjunta envolvendo o Ministério Público Federal
e a Polícia Civil deu início, no último
dia 28, ao cadastramento dos cerca de mil guardadores de carros
da cidade.
A iniciativa faz parte do Programa Identidade Solidária,
e pretende produzir, inicialmente, um banco de dados com informações
de todos os guardadores de carros do Plano Piloto. Numa segunda
etapa, deverão ser incluídos os que atuam na
periferia.
"Nosso objetivo é regularizar e valorizar a atividade,
pois boa parte deles sustentam mulher e filhos. Porém,
temos informações de que há aqueles que
agridem e ameaçam proprietários de carros, e
também danificam veículos. Esta aproximação
do poder público pode torná-los aceitáveis
por parte da comunidade", disse o procurador distrital
dos Direitos do Cidadão, Antônio Ezequiel Neto.
Os guardadores foram conduzidos de estacionamentos dos setores
Comercial e Bancário Sul, e das entrequadras da Asa
Sul, para a 1ª DP num microônibus. Lá, foram
entrevistados, assistiram a uma palestra educativa e receberam
um lanche. Os que não possuíam carteira de identidade
tiveram que recolher impressão digital.
Segurança
Um dos "flanelinhas", Edgar Alves Araújo,
22 anos, não demonstrou constrangimento ou insatisfação
por comparecer à delegacia de polícia. "'Não
me incomodo. Me parece que este programa pode facilitar meu
trabalho e acabar com a desconfiança de clientes e
PMs. Significa segurança para todos", avalia o
guardador, casado e pai de duas meninas.
Para o titular da 1ª DP, Antônio Cavalheiro, o
primeiro levantamento feito pela Polícia Civil, há
três anos, detectou a presença de "maus
elementos" entre os flanelinhas. "Alguns deles,
com ficha criminal. Mas sabemos que os de boa índole
podem ser parceiros e nos ajudar a elucidar crimes",
afirmou. Os menores de idades foram encaminhados ao SOS Criança
(1407).
As informações são
do Jornal de Brasília.
|