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reciclagem
31 /05/2004
ONG não aceita dinheiro como contribuição. Só lixo

Doe seu lixo. Esse é o simpático lema e o nome de uma ONG – organização não-governamental que já transformou a vida de muitas pessoas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O trabalho destas pessoas é separar o lixo: papel, metal, plástico. Há seis meses, todas estavam desempregadas. A maioria vivia na miséria. A mudança começou em outubro do ano passado, quando a ONG Doe seu lixo foi criada.

A iniciativa é de um empresário e sua mulher, Isabel Fillardis. “Para nós brasileiros, o lixo não era uma coisa aproveitável. Ele não tinha um valor. Muito pelo contrário, ele tem um valor absurdo. É uma coisa que as pessoas descartam e não querem, mas mesmo assim ainda é difícil. Ter de pedir o lixo é meio complicado na cabeça das pessoas”, contou Isabel.

A ONG fatura em média R$ 25 mil por reciclar cerca de 50 toneladas de lixo. Cada quilo de alumínio custa R$ 3,50 e de plástico R$ 0,70.

O lixo separado na cooperativa vira matéria-prima para as indústrias. Hoje, os funcionários conseguem aproveitar 60% dos resíduos. O dinheiro obtido com a venda já garante a sobrevivência de 130 pessoas.

Para entrar na ONG teve prioridade quem não sabia ler nem tinha onde morar. Pessoas como a dona Jacira Campos. Com 53 anos, ela não conseguia trabalho e vivia de favor na casa da irmã. Hoje, Jacira recebe R$ 350,00 por mês como coordenadora de turno.

“É ótimo. Com o nosso próprio dinheiro a gente pode fazer nossa conta. Eu estou me sentindo maravilhosamente bem”, disse dona Jacira.

A ONG não aceita doações em dinheiro, só em lixo. Os restos de vidros são trocados por cestas básicas, distribuídas mensalmente para cada funcionário. O dinheiro arrecadado com a reciclagem mantém a organização, paga o aluguel dos caminhões da coleta e o salário dos empregados.

“O lixo é a grande possibilidade de você transformar a vida de pessoas que não têm a mínima condição de trabalho. Foi uma grande descoberta porque para você sustentar-se e resolver grandes problemas só com coisas que também são geradas em grande quantidade”, falou o empresário Júlio César Santos.

Além de emprego, Thiago Ferreira ganhou um teto. A ONG cedeu uma casa para cinco trabalhadores que viviam na rua.

“Eu não esperava que o lixo me desse tanta coisa como está me dando agora. Eu estou gostando. Daqui para frente vai melhorar mais ainda”, falou Ferreira.

As informações são do site Globo.com.

   
 
 
 

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