Doe seu
lixo. Esse é o simpático lema e o nome de uma
ONG – organização não-governamental
que já transformou a vida de muitas pessoas em Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O trabalho destas pessoas é separar o lixo: papel,
metal, plástico. Há seis meses, todas estavam
desempregadas. A maioria vivia na miséria. A mudança
começou em outubro do ano passado, quando a ONG Doe
seu lixo foi criada.
A iniciativa é de um empresário e sua mulher,
Isabel Fillardis. “Para nós brasileiros, o lixo
não era uma coisa aproveitável. Ele não
tinha um valor. Muito pelo contrário, ele tem um valor
absurdo. É uma coisa que as pessoas descartam e não
querem, mas mesmo assim ainda é difícil. Ter
de pedir o lixo é meio complicado na cabeça
das pessoas”, contou Isabel.
A ONG fatura em média R$ 25 mil por reciclar cerca
de 50 toneladas de lixo. Cada quilo de alumínio custa
R$ 3,50 e de plástico R$ 0,70.
O lixo separado na cooperativa vira matéria-prima
para as indústrias. Hoje, os funcionários conseguem
aproveitar 60% dos resíduos. O dinheiro obtido com
a venda já garante a sobrevivência de 130 pessoas.
Para entrar na ONG teve prioridade quem não sabia
ler nem tinha onde morar. Pessoas como a dona Jacira Campos.
Com 53 anos, ela não conseguia trabalho e vivia de
favor na casa da irmã. Hoje, Jacira recebe R$ 350,00
por mês como coordenadora de turno.
“É ótimo. Com o nosso próprio
dinheiro a gente pode fazer nossa conta. Eu estou me sentindo
maravilhosamente bem”, disse dona Jacira.
A ONG não aceita doações em dinheiro,
só em lixo. Os restos de vidros são trocados
por cestas básicas, distribuídas mensalmente
para cada funcionário. O dinheiro arrecadado com a
reciclagem mantém a organização, paga
o aluguel dos caminhões da coleta e o salário
dos empregados.
“O lixo é a grande possibilidade de você
transformar a vida de pessoas que não têm a mínima
condição de trabalho. Foi uma grande descoberta
porque para você sustentar-se e resolver grandes problemas
só com coisas que também são geradas
em grande quantidade”, falou o empresário Júlio
César Santos.
Além de emprego, Thiago Ferreira ganhou um teto. A
ONG cedeu uma casa para cinco trabalhadores que viviam na
rua.
“Eu não esperava que o lixo me desse tanta coisa
como está me dando agora. Eu estou gostando. Daqui
para frente vai melhorar mais ainda”, falou Ferreira.
As informações são
do site Globo.com.
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