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Orientados por dez profissionais
conhecidos, 129 jovens fotógrafos traçaram em
mais de 300 imagens um panorama dos povos de São Paulo.
A mostra, que abriu em setembro do ano passado a galeria Olido,
inaugura hoje a área expositiva do Sesc Pinheiros.
Em setembro, a próxima parada de "Povos de São
Paulo" será o Point Éphémère,
em Paris, dentro do Ano do Brasil na França.
"Fizemos uma força-tarefa para criar um mapa genético
da cidade como forma de discutir e criar um espaço
de reflexão sobre a sua identidade", conta o fotógrafo
Iatã Cannabrava, coordenador do projeto criado por
ocasião dos 450 anos de São Paulo.
Dos 700 portfólios recebidos, 129 participantes foram
selecionados pelos fotógrafos Eduardo Muylaert, Egberto
Nogueira, Gal Oppido, Iatã Cannabrava, Juan Esteves,
Mônica Zarattini, Penna Prearo e Pisco Del Gaiso, além
dos repórteres-fotográficos da Folha João
Wainer e Marlene Bergamo.
Com um tema predeterminado -da miscigenação
à gastronomia, passando pela dança e pela arquitetura-,
os jovens fotógrafos se dividiram em dez equipes, receberam
aulas teóricas ministradas por seus coordenadores e
foram a campo em busca de cenas desse universo paulistano.
"Vários participantes se depararam com a idéia
de que o imigrante era ele mesmo. Saíam em busca de
uma história e descobriam a própria. No meu
grupo, três pessoas fizeram um trabalho sobre sua história
de vida", recorda Cannabrava, responsável pelo
módulo "Imagens da Vida Privada dos Povos de São
Paulo".
É o caso da fotógrafa Kika Nicoleta, que fez
um auto-retrato no qual reflete a imagem de seu marido Ching.
"A Kika é uma descendente de italianos [libaneses
e portugueses] casada com um chinês que está
morando na Califórnia. Eles conversam por uma webcam.
Depois de várias propostas, ela acabou fazendo um auto-retrato
dessa situação de vida típica de uma
cidade de imigrantes como é São Paulo",
conta o coordenador, descendente de austríacos e italianos.
"Sou imigrante culturalmente falando. Somos uma grande
babel de costumes, sabores e movimentos."
Outra curiosidade do projeto destacada por Cannabrava foi
a interação entre os participantes durante os
dois meses que passaram juntos. "O processo coletivo
de trabalho foi muito interessante. Eles trabalharam o tempo
todo em grupo. Eu imaginava São Paulo como uma cidade
mais fechada para essa dinâmica, mas essa troca acabou
gerando uma grande unidade. E essa vocação não
se conhece muito na fotografia."
À época, o projeto deu origem ainda a um livro
de fotografia, editado pela Terceiro Nome, ao documentário
"Sonoroscópio", dirigido por Kiko Goifman
e Rachel Monteiro, e a 26 videocrônicas -que também
serão exibidas no Sesc durante a exposição.
Serviço:
Povos de São Paulo
Quando: ter. a sex., das 13h30 às 21h30, sáb.,
dom. e feriados, das 10h30 às 18h30 (abre hoje, às
20h, para convidados; até 31 de julho)
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400
e 0800-118220)
Quanto: entrada franca
JANAINA FIDALGO
da Folha de S.Paulo
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