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Ontem cedo, em São Vicente
(litoral de SP), a dona-de-casa Lourdes Cestari, 67, viu num
programa de TV imagens do primeiro "Domingo na Paulista"
-evento iniciado no dia 30 de maio e que interdita trecho
da mais famosa avenida de São Paulo para atividades
de lazer.
Não teve dúvidas. Com as duas filhas, pegou
um ônibus, o metrô e desembarcou entre praticantes
de ioga, um grupo da terceira idade que fazia ginástica
e mais crianças jogando futebol, basquete e andando
de skate.
"Está bem melhor do que na TV", disse enquanto
decidia se arriscaria um alongamento ou ficaria só
"observando o movimento". Movimento que, segundo
a PM, chegou a ser de 25 mil pessoas até o meio-dia,
10 mil a mais do que no primeiro domingo, graças ao
sol, que afastou o frio.
Em meio ao vaivém no quarteirão onde estão,
de um lado, o Masp e, do outro, o parque Trianon, paulistanos
se misturavam a vizinhos da Grande São Paulo, moradores
do interior, de outros Estados e até estrangeiros.
Quase todos eram só elogios à iniciativa da
prefeitura, da associação Paulista Viva e de
uma série de patrocinadores privados.
"Acho que a avenida podia ser toda interditada, como
ocorre com a av. Atlântica, no Rio", disse o carioca
Carlos Roberto Silva Pedrosa, 40. "Vamos com calma",
retrucou a prefeita Marta Suplicy (PT), que visitou o projeto
ontem pela primeira vez. Ela e o presidente da Anhembi (empresa
municipal de turismo), Celso Marcondes, disseram querer tornar
permanente a idéia, que vai, em caráter experimental,
até o dia 20.
Há, porém, obstáculos a vencer. Um deles
é a resistência dos expositores da feira de antigüidades
do Masp e de alguns dos artistas da feira de artes do Trianon.
Eles continuam reclamando que o movimento maior, o congestionamento
e a dificuldade de estacionar nas redondezas prejudicam os
negócios porque afastam potenciais compradores.
"Acho que é um pouco de preconceito. A cidade
precisa de lazer democrático", disse a estudante
paulistana Vera Oliveira, 19, enquanto era puxada pela sobrinha,
que queria usar a cama elástica.
Em todos os dias do evento, a Anhembi está ouvindo
moradores, motoristas e donos de estabelecimentos comerciais
na região da Paulista para saber qual o nível
de aceitação do projeto.
No próximo dia 13, o Domingo na Paulista terá
mudanças por causa da parada gay de São Paulo.
As atrações começam às 9h, mas
ocorrerão dentro do parque Trianon. Só haverá
atividades na avenida do meio-dia às 14h, em conjunto
com a parada.
As informações são da Folha de S.Paulo.
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