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O corte de árvores da avenida
Ibirapuera (zona sul de SP) provocou reações
de moradores da região e do PV, que acusam a prefeitura
de usar um lapso entre duas decisões judiciais para
cometer um crime ambiental.
Segundo os moradores, 35 árvores foram cortadas e outras
97 removidas. A Folha não conseguiu confirmar com a
prefeitura o número de árvores derrubadas e
retiradas da avenida.
As árvores estão sendo retiradas para a implementação
do Passa-Rápido, novo nome que a prefeitura dá
aos corredores de ônibus.
No final de março, o PV havia obtido uma liminar impedindo
o corte das árvores, mas a decisão caiu no último
dia 3, com a sentença. No dia seguinte, a prefeitura
já começou a cortar e retirar as árvores
da Ibirapuera.
"48 horas"
Ontem, no entanto, foi publicada uma nova decisão,
da mesma juíza, restabelecendo a liminar que impedia
o corte de árvores.
"Eles se aproveitaram de uma brecha e, em 48 horas, fizeram
uma carnificina", diz Cláudia Pentiocinas, moradora
de Moema que iniciou a resistência ao corte das árvores.
"É uma loucura, ninguém consegue fazer
97 remoções de árvores de maneira correta
nesse tempo. Metade vai morrer", afirma.
A Secretaria de Negócios Jurídicos alega, entretanto,
que consultou o juiz titular da vara ontem mesmo, que reconfirmou
que a decisão da sentença está valendo,
e não a liminar. Assim, a administração
estaria autorizada a retirar e a cortar as árvores.
A Folha não conseguiu falar ontem à noite com
a juíza nem com o juiz titular da 11ª vara para
que explicassem a aparente contradição entre
as decisões.
A prefeitura afirma que, quando a obra estiver pronta, haverá
368 novas árvores na região da avenida Ibirapuera,
como parte do programa de compensação ambiental
da obra na avenida.
Risco à população
De acordo com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente,
os moradores não têm por que se preocupar, já
que o bairro continuará arborizado.
A secretaria explica ainda que só foram cortadas árvores
que tinham problemas, como cupins, sem condições
de serem removidas. Na avaliação da prefeitura,
essas árvores eram uma ameaça iminente à
população.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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