O Governo estadual inicia, ainda
este mês, o processo de concessão para que a
iniciativa privada implante o metropass, cartão inteligente
que irá substituir os bilhetes em papelão do
Metrô e dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM). Esse é o principal motivo, segundo o secretário
estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes,
pelo qual o Governo estadual não vai desembolsar dinheiro
para colocar catracas eletrônicas nas estações
do Metrô e da CPTM que aceitem o bilhete único
— o cartão inteligente da Prefeitura. A medida
possibilitaria à população usar um só
cartão em todo o transporte público da cidade.
O custo da integração é de R$ 12 milhões.
“O que eu não posso é
gastar R$ 12 milhões agora para fazer algo (a integração
do bilhete único) que eu vou fazer sem gastar (o metropass)”,
afirmou, referindo-se à concessão para a implantação
do cartão.
O secretário garante que o
cartão do Metrô será feito com tecnologia
compatível com o da Prefeitura, ou seja, com possibilidade
para integrar todo o sistema de transporte da cidade. O problema
é que o metropass só estará totalmente
implantado em 2006 ou 2007.
Segundo Fernandes, o Metrô e
a CPTM gastam 8% de sua receita com o sistema de arrecadação,
ou seja, com o custo das bilheterias, bilheteiros etc. Ganhará
a concorrência a empresa ou o consórcio que apresentar
proposta de remuneração menor que 6% ou 7% da
arrecadação. O valor ainda não foi definido
pelo Governo.
A empresa vencedora ficará
responsável pela implantação do metropass.
E a concessão duraria mais de 10 anos. Nos próximos
15 dias será publicado decreto do governador Geraldo
Alckmin autorizando a concessão. Fernandes acredita
que, até o final do julho, será possível
conhecer o vencedor.
O secretário afirma que, na
Prefeitura, são os empresários de ônibus
quem estão comprando as catracas eletrônicas
e, por isso, não há licitação.
“O Governo não poderia comprá-las sem
fazer licitação.” Diz também que
a integração do bilhete único nos trens
do Metrô e da CPTM não está descartada.
“Há uma vontade de evoluir para um sistema integrado.
Mas é difícil, muito difícil”.
REGINA TERRAZ
do jornal Diário de S.Paulo
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