SÃO PAULO - Enquanto o rendimento
médio do cidadão paulistano caiu sistematicamente
entre 2000 e 2003, o patrimônio pessoal de pelo menos
23 vereadores aumentou durante o atual mandato na Câmara
Municipal. Dos 55 parlamentares, 52 disputam a reeleição
e um, a vice-prefeitura. Cada vereador paulistano recebe R$
7.155 de salário bruto e tem direito ainda a R$ 68
mil por mês para contratar 18 funcionários.
Dos 53 candidatos, apenas 30 apresentaram declarações
de bens e com valores referentes aos anos de 2000 e 2004.
Desses 30, 23 declararam aumento de renda e sete disseram
ter havido queda. Outros 18 não declararam os valores
de seus bens para a disputa de 2000 e cinco não apresentaram
para esta eleição.
Dos 55 vereadores paulistanos, somente Cláudio Fonseca
(PC do B) e Humberto Martins (PMDB) não vão
disputar uma nova vaga. Todos os candidatos são obrigados
a apresentar a declaração de bens - sem a necessidade
dos respectivos valores - para o registro das candidaturas.
A variação patrimonial dos vereadores apresenta
casos como o da vereadora Claudete Alves (PT). O patrimônio
dela subiu de R$ 75 mil, em 2000, para R$ 212.170 em 2003.
Segundo sua assessoria, o aumento deve-se à compra
de um apartamento na Vila Mariana em 2003, cujo valor é
de R$ 185.440, declarados à Receita Federal. O imóvel
foi financiado pela construtora em sete anos.
O vereador Antônio Carlos Rodrigues (PL) tem um dos
maiores patrimônios, avaliado em R$ 2,4 milhões
em dezembro passado, 20% a mais que em 2000.
"Eu não escondo nada e coloco todos os meus bens,
desde a primeira candidatura " , disse ele.
Salim Curiati Júnior (PP), candidato à vice-prefeito
na chapa de Maluf, afirma que o seu patrimônio não
variou. Ele só declarou valores em 2003, o que impede
o cálculo.
Carlos Giannazi (PT), que em 2000 tinha um patrimônio
de R$ 12 mil, disse que na época morava em um apartamento
que estava no nome da mulher.
" Vendemos o apartamento por R$ 100 mil, juntamos nossas
economias e compramos uma casa de R$ 130 mil, que agora está
avaliada em R$ 160 mil. Essa casa agora aparece na minha declaração
de bens", afirmou.
O Diário de S.Paulo enviou a declaração
de bens dos candidatos para a análise de um contador
que preferiu não se identificar. A conclusão
aponta a informalidade dos documentos apresentados à
Justiça Eleitoral, já que, por lei, são
permitidas até declarações feitas de
próprio punho.
As informações são
do Diário de S.Paulo.
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