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Veridiana Novaes
Os alunos do 3º ano do ensino
médio da Escola Estadual Prof. Alves Cruz, Ulisses
Santa’ana, 17, e Lucas Piaui Lino, 16, organizaram uma
passeata, hoje de manhã, até a Diretoria de
Ensino da Regional Centro Oeste (Deco) para reivindicar um
maior comprometimento do diretor Wilson Roberto Pedroso com
os problemas da escola, que vão desde vandalismo, falta
de policiamento e aulas defasadas.
Depois do acontecimento desse último
final de semana, quando todas as lâmpadas da escola
foram retiradas das salas de aula e destruídas, Lucas
e Ulisses decidiram que não era justo deixar as coisas
continuarem desse jeito. “Não podemos deixar
o pouco caso acabar com nossa escola. Se o diretor não
quer trabalhar, poderia dar espaço para os interessados
em fazer um trabalho decente”, comenta Ulisses.
Segundo Lucas, quando entrou na Alves
Cruz, em 2002, a escola estava passando por um processo de
revitalização, pois corria o risco de ser fechada
no final do ano. Nessa época, foi criada a Associação
Fênix, formada por pais de alunos, alunos, ex-alunos,
com intuito de melhorar o ensino com a realização
de oficinas de música, fotografia, maracatu, entre
outras. A Polícia Militar marcava presença nos
arredores da escola, o vandalismo foi controlado e o grêmio
era atuante na produção de eventos e assuntos
relacionados aos alunos. “O ensino daqui já foi
bom muito tempo atrás. Agora, só contamos com
a Associação Fênix para termos um diferencial
na nossa educação”.
Entretanto, agora a polícia
não aparece mais por lá, quase não há
aulas, o atual grêmio é inerte e as paredes da
escola estão pichadas. “E o pior é que
não adianta nem pintar, os alunos picham tudo de novo.
Aqui tem três tipos de alunos:“os vândalos”,
“os que não querem nada” e “os que
querem salvar a escola”. Estamos tentando mobilizar,
pelo menos, os que não querem nada. Afinal, o problema
também é dos alunos”, diz Ulisses.
O intuito da passeata foi pegar
o diretor da escola e a Deco de surpresa. “Queremos
uma posição do diretor. Se ele quiser ficar,
que fique para trabalhar. Aliás, faz quase um ano que
ele está dirigindo a Alves Cruz e a situação
só piora. Esperamos que a Delegacia de Ensino faça
algo a respeito.”
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