|
Pelo
quarto ano consecutivo, os índices de lentidão
no trânsito da cidade de São Paulo devem apresentar
queda. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET) apontam que, entre janeiro e novembro de 2003, a média
de congestionamento caiu 13,7% no pico da manhã e 8,6%
no pico da tarde em relação ao mesmo período
de 2002. A velocidade média dos veículos aumentou
nas principais vias — de 28km/h para 32km/h —,
mas os paulistanos continuam passando horas presos em engarrafamentos.
Pela manhã, a lentidão
começou a diminuir em 2001. Durante a tarde, a queda
é registrada desde o ano 2000. (confira os índices
no quadro abaixo). Para a CET, a queda nos índices
é resultado de uma combinação de fatores:
desaquecimento da economia, otimização da operação
da companhia, além da adesão crescente ao rodízio
de veículos. Houve ainda uma queda no rendimento médio
das pessoas ocupadas e aumento da taxa de desemprego e no
preço da gasolina.
Segundo a CET, em 2002 havia, em média,
70 quilômetros de lentidão nas ruas e avenidas
da cidade nos horários de pico da manhã e 108
quilômetros à tarde. De janeiro a novembro deste
ano, as médias são de 63 quilômetros de
congestionamento pela manhã e 101 quilômetros
à tarde. Mesmo sem os dados fechados de dezembro —
mês de grande movimento devido ao Natal — a CET
espera fechar o ano com índices menores que os de 2002.
Na primeira semana de dezembro, a
média era de 68 quilômetros de lentidão
no pico da manhã e 105 quilômetros no pico da
tarde. O gerente de operações da CET, Paulo
Millano, ressaltou, entretanto, que os índices do mês
devem diminuir, já que após o Natal a maioria
dos paulistanos deixa a cidade. Neste ano, apenas em abril,
junho e novembro os índices médios de lentidão
da manhã foram superiores aos de 2002. Durante a tarde,
no horário de maior movimento, apenas em junho e setembro
os congestionamentos em 2003 superaram os de 2002.
Motivos
No período de 2000 a 2002, no qual a CET tem a queda
de lentidão registrada, o preço médio
da gasolina aumentou de R$ 1,32 para R$ 1,68 por litro. A
taxa média anual de desemprego também cresceu,
de 17,6% para 19%. O rendimento médio anual dos ocupados
caiu de R$ 969 em 2001 para R$ 889 em 2002.
O presidente da companhia, Francisco
Macena, ressaltou que há “um lado perverso”
na redução do trânsito. Segundo ele, a
pesquisa Origem-Destino realizada pelo Metrô na região
metropolitana apontou que o índice de mobilidade caiu
desde 2001 — indicando que as viagens a pé ou
motorizadas diminuíram. “Significa que o desemprego
aumentou”, afirmou Macena.
No ano de 2001, a CET implantou
um novo plano operacional, aumentando de 129 para 179 o número
de motocicletas e de 523 para 573 a frota de carros, aumentando
o atendimento às ocorrências que atrapalham o
trânsito.
PATRÍCIA
EVELYN
do Diário de S.Paulo
|