O centenário Teatro São
Bento reabre com metas ambiciosas. Além de servir às
atividades letivas e extracurriculares do Colégio e
da Faculdade de São Bento, a casa pretende sediar concertos
internacionais de música de câmera, e ainda abrigar
uma programação regular de espetáculos
teatrais de qualidade.
Orçada em R$ 500 mil, e custeada por anônimos
doadores privados, a obra, iniciada em julho, ainda estava
em pleno andamento na última sexta-feira, quando a
Folha visitou o teatro. Com projeto do arquiteto Afonso Risi,
a reforma aumentou o pé direito do palco e recuperou
uma característica do início do século
20 (a casa é de 1903) que havia se perdido: o arco
trabalhado que cobre a boca de cena de sete metros.
Devido à trepidação causada pela linha
de metrô, teve de ser feito um trabalho de isolamento
acústico. Também para melhorar a sonoridade,
foram colocados no teto rebatedores de vidro.
Todo esse cuidado com a acústica, mais a capacidade
da sala (são 380 poltronas vermelhas, contra os mais
de mil lugares de locais como Sala São Paulo, Municipal
e Cultura Artística), a facilidade de acesso por transporte
coletivo e uma localização mais central do que
os espaços Promon e BankBoston fazem pensar em sua
utilização para música de câmera.
Embora, no concerto de Meneses, ainda seja utilizado um piano
alugado, a aquisição de um Steinway de concerto
está entre os planos da casa, que busca patrocinador
para uma alentada temporada de concertos internacionais para
2005.
São oito as atrações agendadas para o
ano que vem, começando com o Trio Mendelssohn, de Berlim,
em abril, e fechando com o Coro de Câmera de Praga,
em dezembro, e destacando, em junho, o Conjunto de Câmera
da conceituada Academy of St. Martin in-the-Fields, e os Solistas
de Câmera de Salzburgo, em outubro/novembro. Também
estão previstas aparições das Cordas
de Budapeste (maio), Quarteto David, de Milão (agosto),
Orquestra de Câmera do Kremlin (setembro) e Black Light
Theatre Metro (novembro).
Com camarins reformulados e uma nova estrutura de som e luz,
a casa também ambiciona sediar espetáculos teatrais.
"O principal critério vai ser a qualidade",
explica o monge dom Carlos Eduardo Uchôa Fagundes Júnior,
reitor do Colégio e da Faculdade de São Bento.
"A idéia é buscar uma integração
entre as atividades internas e pedagógicas do teatro,
como palestras, conferências e work- shops, e suas atividades
externas. O teatro será um centro irradiador de cultura,
com cursos que farão pontes entre música, estética,
filosofia, história, literatura, dança, teatro
e artes plásticas". (IFP)
As informações são
do jornal Folha de S. Paulo.
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