Veridiana Novaes
A partir do dia 20 de agosto, as mães
da favela Paraisópolis terão a possibilidade
de deixar seus filhos na creche 24 horas, que será
implantada pelo Mosteiro São Geraldo. A instituição
concretiza ações sociais há 35 anos na
comunidade e idealizou o projeto para as estudantes ou trabalhadoras
do período noturno que não têm onde deixar
suas crianças.
“Muitas mães perdem a
possibilidade de conseguir um emprego, pois precisam cuidar
de seus filhos. Por isso resolvemos criar uma alternativa
para elas”, afirma a coordenadora das obras sociais
do mosteiro, Susana Haypeck.
Atualmente a creche está sendo
testada com 70 crianças, mas só nos períodos
da manhã e da tarde. “Apenas em agosto vamos
começar atender até a meia noite , dependendo
da necessidade de cada um. Se houver procura, funcionaremos
de madrugada, mas os pais pegarão os filhos pela manhã”
, comenta Susana. Segundo a coordenadora, o custo da creche
é alto, por isso é preciso ter demanda para
os horários de menos procura.
Paraisópolis é a segunda
maior favela da capital paulista, com 60 mil habitantes. Duas
mil crianças já estão cadastradas para
se matricularem na creche. As mães interessadas pela
vaga são entrevistadas por uma assistente social. Depois,
é feito um estudo sócio-econômico e o
nome da pessoa vai para um banco de dados. Quando surgirem
vagas, a mãe é chamada.
Moradora da região, a doméstica
Gedalva de Almeida Moura está gostando muito do lugar
onde sua filha Jane fica o dia inteiro. Gedalva se cadastrou
no final do ano passado e foi chamada para o período
experimental do serviço. “Talvez necessite deixar
minha filha no horário da noite, pois estudo. Jane
fala muito bem de lá, ela adora as professoras e sempre
comenta do almoço”, afirma.
A creche é mantida com a ajuda
de pais do Colégio Santo Américo, mantido pela
entidade e campanhas comunitárias. “Estamos tentando
uma parceria com a Secretaria da Educação para
ajudar na iniciativa”, comenta Susana.
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