Vanessa Sayuri
Nakasato
Quando um consumidor se sente lesado em alguma loja ou supermercado,
o Procon é o primeiro socorro a ser procurado. Certo?
Errado. É a polícia. E exatamente por não
saber como agir em momentos como esse que parte da corporação
da Policia Militar metropolitana passou a assistir o curso
Consumo, Cidadania e Direitos Humanos.
As aulas, iniciadas no dia 19, estão sendo promovidas
pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) e Geledés – Instituto da Mulher
Negra, em parceria com a PM. Elas abordam o Código
do Consumidor, a Constituição e temas relacionados
à mulher, etnias e idosos.
A coordenadora do curso, Sônia Nascimento, explica
que a idéia é ensinar aos policiais os direitos
e deveres do consumidor, a não colocar o preconceito
à frente da questão a ser resolvida, além
de atender e tratar com respeito as pessoas que os procuram.
“Ao se sentir ignorado, desrespeitado ou discriminado
pelo vendedor ou comerciante, é muito freqüente
o cidadão chamar policiais para solucionarem seus problemas.
No entanto, hoje, a maioria desconhece os procedimentos a
serem tomados e, com isso, acabam fazendo besteira”,
revela.
Para o major Vicente Antônio Mariano Ferraz, da Divisão
de Polícia Comunitária e Direitos Humanos, o
curso é muito importante para ampliar os conhecimentos
da PM. Conforme ele, embora os policiais tenham tido aulas
de Cidadania e Direitos Humanos na academia, as palestras
ministradas pelas entidades podem reciclar e trazer novos
conceitos à corporação.
“Só no primeiro semestre deste ano, a PM registrou
cerca de 10 milhões e 200 mil intervenções
no Estado de São Paulo. Muitas pessoas nos procuraram
para fazer ocorrências, mas muitas apenas para obter
informações. Procuram a polícia para
tudo. Por isso, é de extrema relevância que o
policial se mantenha informado e atualizado para melhor servir
à população”, ressalta.
O curso foi criado em 1999. Até agora, mais de 1500
policiais assistiram às aulas. As entidades esperam
que nos próximos anos esse número se multiplique.
As palestras também são abertas ao público.
As aulas são gratuitas e quem se interessar pode se
inscrever pelo telefone (11) 3116-1070.
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