Lívia Cortizo
Crianças e adolescentes da
Favela Vila da Paz aprenderam a enxergar o lixo de outra forma.
Eles participaram, na última semana, de oficinas de
reciclagem para transformar o lixo em produtos rentáveis.
O sucesso das oficinas foi tanto que os organizadores do evento
pretendem aplicar o projeto em outras favelas. Essa foi uma
ação Companhia de Desenvolvimento Habitacional
e Urbano (CDHU) juntamente com a Sociedade Ambientalista Leste.
Conforme assessora de imprensa da
CDHU, Luciana Canuto, no início, os adolescentes não
estavam muito de acordo em exercer as atividades propostas.
No entanto, as crianças tomaram a iniciativa e todos
se entusiasmaram. “Os pequenos começaram a se
entrosar tanto com a arte que os mais velhos e até
as mães resolveram participar. Ficamos muito satisfeitos
em poder enxergar a dedicação deles”,
conta.
A oficina foi coordenada pelo psicólogo
Carlos Alberto Boldo, a artista plástica Delaine Romano
e seis monitores, filhos de catadores de material reciclável,
capacitados em outras oficinas. “Além da possibilidade
de transformar o trabalho em renda, o projeto ajuda a resgatar
a auto-estima dos jovens e também facilita na integração
social deles”, afirma o psicólogo.
Os módulos incluíram
aulas de como confeccionar brinquedos com garrafas, revestir
móveis e objetos com filtro de café usado e
transformar entulhos de jornais em bijuterias. Além
disso, os adolescentes e as mães participaram de oficinas
de fuxico, de circo e de papel artesanal. “A intenção
é que os filhos dos catadores tenham contato com o
produto da coleta de uma maneira diferente, não é
somente trocar pelo peso”, afirma a superintendente
de projetos sociais para recuperação urbana,
Viviane Frost, que trabalha nessa área há 20
anos.
Segundo ela, é essencial o
apoio de parcerias com empresas governamentais e não-governamentais.
“Esse é um recurso que ainda não temos
e é muito importante”, afirma.
De acordo com Viviane, a proposta
deve ser feita em outros locais, pois foi muito bem aceita
e exercida. “No final do curso ouvi uma garota falar
assim: “O que essa jóia rara está fazendo
jogada no chão?” Ela se referia a uma garrafa
pet vazia”, orgulha-se a superintendente, satisfeita
com o projeto.
Mais informações
pelos telefones (11) 3248-2288 / 9258-5009.
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