Veridiana Novaes
Entre os dias 12 e 21 deste mês, um grupo de artistas
decidiu intervir com arte na paisagem de São Paulo.
A Experiência Imersiva Ambiental (EIA) teve o intuito
de democratizar a arte para a população paulistana
que não tem contato com a cultura artística.
Dentre os trabalhos realizados, os artistas construíram
uma casa da árvore em uma praça. Também
foi montada uma grande estrutura de televisão no Largo
da Batata, em Pinheiros, e estendida uma bandeira branca na
Praça da República, centro, onde as pessoas
tinham a oportunidade de deixar a marca de sua mão
no pano vazio. “Foi bem surpreendente, as pessoas se
envolveram e mostraram que querem um país melhor”,
comenta uma das coordenadoras do projeto Floriana Breyer.
Os cinqüenta projetos artísticos foram feitos
por artistas de todo o país e projetados de acordo
com o espaço onde os trabalhos iriam ser colocados.
Ao longo da semana, oito pessoas ficaram encarregadas de instalá-los
pela cidade.
”Um evento desses é algo inusitado. Geralmente
a arte fica dentro de um circuito fechado. O nosso objetivo
é que todo ano, nas cidades mais importantes do país,
seja feita uma manifestação cultural como essa
mensalmente”,acrescenta Floriana.
Em maio deste ano, pelos mesmos organizadores do EIA, foi
feita uma semana de intervenções urbanas em
Salvador. A artista Gissella Hishe ressalta que na capital
baiana, as intervenções foram voltadas para
as artes visuais. Entretanto, na EIA, qualquer tipo de manifestação
artística foi aceita. “Desde artes visuais até
teatro, poderia ser feito. Queríamos sensibilizar os
paulistanos para um olhar que eles não estão
acostumados”, comenta.
Para concretizar a EIA, os artistas não tiveram apoio
e pretendem todo ano realizar a experiência. “A
obra só é obra com os intérpretes, e
cada vez mais o público interage com a arte e reflete
sobre as manifestações. Por isso, a nossa iniciativa
deu certo”, finaliza um dos participantes da EIA, Konstantin
Gerber.
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