Vagas
para quem é analfabeto ou só estudou até
a 4ª série do ensino fundamental diminuíram
no último ano
BRASÍLIA - A oferta de empregos no Brasil para pessoas
com baixa escolaridade é cada vez menor, de acordo
com os dados de 2007 da Relação Anual de Informações
Sociais (Rais), divulgados nesta quinta-feira, 6, pelo Ministério
do Trabalho. As informações mostram que as vagas
crescem no mercado de trabalho do País para quem tem
ensino médio ou superior completo.
No ano passado, o emprego, que cresceu 7% em geral no País,
caiu para quem é analfabeto ou tem apenas até
a 4ª série do ensino fundamental. Entre os analfabetos,
o número de empregos, que já é baixo,
caiu 1,13%. Entre os brasileiros que têm a 4ª série
primária, caiu quase 2%, registrando-se 42,8 mil vagas
a menos.
Pessoas que não completaram os oito anos do ensino
fundamental também têm mais dificuldades: apesar
de ter havido crescimento, ele foi de apenas 1,23%. "As
empresas vêm exigindo cada vez mais uma escolaridade
mais alta", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Na faixa de cima da escolaridade, os que têm ensino
médio ganharam 11,6% mais vagas - a maior faixa de
crescimento, mais de 60% acima da média nacional. Para
empregos que exigem curso superior houve a segunda maior alta
- 10,75%. Já o curso superior incompleto ajuda menos
do que o ensino médio. A explicação pode
estar no fato de a pessoa ser mais qualificada para uma vaga
de escolaridade mais baixa, mas ainda não o suficiente
para uma que exige ensino superior.
No total, foram criados no País, em 2007, 2,452 milhões
de novos postos de trabalho formais. Desses, 378 mil foram
empregos públicos, e o restante, contratos celetistas.
O setor que apresentou maior crescimento foi o da construção
civil, com 16,11% de expansão.
Mas houve crescimento em todos os outros setores, e o de
serviços ainda concentra a maior parte dos empregos.
Em números absolutos, a área de serviços
criou mais 706 mil vagas no ano passado.
O maior crescimento de emprego formal foi na Região
Norte, com 9,1% de aumento, na comparação com
2006. Apesar disso, o Sudeste ainda é a região
que concentra maior número de vagas. Em 2007, o Nordeste,
pela primeira vez, ultrapassou a Região Sul em números
absolutos de postos de trabalho criados e também no
crescimento proporcional. Enquanto os postos de trabalho cresceram
no Nordeste 6,17%, o aumento no Sul foi de 5,38%.
Lisandra Paraguassú
O Estado de S. Paulo
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