A
relação milenar entre homem e cão pode
trazer benefícios além do que os donos de animais
de estimação imaginam. Segundo estudos recentes,
os eternos amigos de quatro patas podem fazer muito mais do
que dar conforto emocional: os cães podem "cheirar"
o câncer, detectando a doença mesmo que ainda
não haja sintomas visíveis.
Uma pesquisa, da Fundação Pine Street, na Califórnia
(EUA) --que presta apoio a pacientes com câncer--, sugere
que, com cerca de três semanas de treinamento, é
possível tornar o cão um detector de tumores
malignos.
De acordo com os estudos da entidade, o animal pode apontar,
entre várias amostras de hálito humano (coletadas
com um simples sopro em um tubo plástico), qual pertence
a um portador de câncer de pulmão ou de mama.
A detecção pode ocorrer inclusive de forma precoce,
quando ainda não há vestígios da doença.
A fundação realizou um teste com supervisão
científica que envolveu 55 pessoas com câncer
de pulmão e 31 com câncer de mama (para um grupo
de controle de 83 pessoas saudáveis). Os cinco cães
utilizados na prova conseguiram uma margem de acerto entre
88% e 97% na detecção da doença.
Na Escola Veterinária da Universidade de Cambridge
(Reino Unido), outra pesquisa, conduzida por Donald Broom
e Barbara Somerville, ainda tem caráter preliminar.
Utilizando amostras de urina de pacientes com e sem câncer,
eles mostraram que os animais podem ser treinados para apontar
a presença de células cancerígenas mesmo
que elas ainda não sejam visíveis em exames
como a tomografia. No teste foram utilizadas amostras de homens
com câncer de próstata.
Mesmo com a resistência dos médicos, em 2004
uma pesquisa levou o assunto de forma oficial ao meio científico,
com sua publicação no conceituado "British
Medical Journal". Liderado por Carolyn Willis, o
estudo revelou um acerto de 41% em apontar portadores de câncer
de bexiga.
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