Uma
das experiências educativas mais primárias e
mais eficientes pode ser ampliada na gestão do ministro
Tarso Genro. Embora ainda não tenha nome e esteja em
discussão, uma coisa é certa: será lançada
com pompa e festa pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, logo nos primeiros meses de 2005.
Apresentada ontem em Brasília, a idéia é
criar 500 escolas de "chão de fábrica",
que darão diplomas profissionalizantes. De acordo com
informações obtidas pelo Ministério da
Cultura, o ministro Tarso Genro assegura que as escolas serão
instaladas nas fábricas e empresas parceiras do projeto.
Assim, os alunos terão como professores os trabalhadores
que já atuam nas funções que ensinarão".
"Os professores serão os velhos trabalhadores,
experientes, que saibam manusear um torno ou montar e desmontar
um computador, para transmitir (o conhecimento) aos jovens
que se inscreverem", explica o ministro. Ele destacou
que os cursos estarão articulados, quando necessário,
com outros programas como o Bolsa Família e o Brasil
Alfabetizado.
Segundo o ministro, o objetivo é transformar fábricas
e empresas em ambientes de formação profissional
com certificação. "O MEC entra com recursos
e a empresa com ambiente físico e com os professores
que, se necessário, serão treinados pelo ministério",
afirmou.
Esses treinamentos, na visão de Luis Adriano Mange,
gerente do Núcleo de Programas Institucionais do Senai-
SP, podem ser feitos pelas instituições que
há anos se dedicam à formação
profissional. "Esse programa do governo é provavelmente
baseado em experiências efetivas na Europa e Brasil",
acredita.
O próprio Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial), há quase 60 anos, promove o que chama
de Sistema Dual, em que jovens são capacitados dentro
das empresas e tem orientação teórica
na instituição. "Sem dúvida, são
iniciativas que podem promover a qualificação
de jovens. No entanto, devem ser vistas com preocupação
para que sejam bem estruturadas quando ganharem escala",
lembra Mange.
RODRIGO ZAVALA
do site Aprendiz
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