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COMUNIDADE
25/11/2004
Na guerra antidroga, governo mira solvente

 

BRASÍLIA - A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) pretende desenvolver políticas específicas para combater o consumo excessivo de álcool entre a população e o uso de solventes por meninos de rua. Pesquisa feita para a Senad pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revelou que as duas substâncias estão entre as mais usadas por jovens e adolescentes que vivem nas ruas das 27 capitais.

O estudo foi divulgado ontem no Fórum Nacional sobre Drogas, que seria aberto à noite pelo presidente Lula. Segundo o secretário Nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchoa, o encontro marca um "realinhamento" da política governamental de combate às drogas, que passará a ser feita de forma mais integrada entre os diversos ministérios envolvidos com a questão, como Educação, Saúde, Justiça e Desenvolvimento Social, sob a coordenação da Senad.

"Algo mais rigoroso tem de ser feito para controlar o uso de solventes", disse Uchoa. Pela pesquisa do Cebrid, a droga é a mais usada por 28,7% dos meninos de rua no País, sendo superada apenas por álcool (43%) e tabaco (44,5%). Apesar de existirem controles - só profissionais autorizados a usá-la, como sapateiros, pintores e marceneiros, podem comprá-la -, a droga é de acesso relativamente fácil.

No caso do álcool, já foi criada uma câmara técnica no Conselho Nacional AntiDrogas para elaborar uma política de combate ao consumo excessivo. "Pesquisas mostram que é uma das drogas que causam maior dependência química e está por trás de grande número de crimes, violência doméstica e acidentes de trânsito", contou Uchoa.

Família
A pesquisa do Cebrid, feita com 2.807 jovens que vivem nas ruas das capitais, mostra dados surpreendentes. Segundo ela, apesar de passar o dia nas ruas, 68,7% costumam dormir regularmente na casa dos pais. E nada menos do que 55,8% dos entrevistados ainda estudam.

As ligações familiares e com a escola, segundo o trabalho, funcionam como um escudo contra o uso de drogas. Dos jovens que ainda mantém laços com a família, por exemplo, apenas 19% fazem uso freqüente de algum tipo de droga. Entre os que efetivamente moram na rua, a proporção sobe para 72,5%.

Uchoa explicou que os dados da pesquisa servirão para orientar as ações do governo no combate às drogas entre essa parcela da população. Segundo o estudo, a simples repressão tem se mostrado pouco eficaz na falta de políticas que procurem tratar a família e oferecer assistência nos serviços públicos de saúde.

Depoimentos mostram que muitas vezes o uso da droga tem para esses jovens um caráter lúdico, substituindo as brincadeiras e o lazer a que não têm acesso. Entre crianças e adolescentes que dormem na casa dos pais ou responsáveis, 50,1% disseram que gostam de ficar pelas ruas por diversão, para ter mais liberdade ou não dispor de outra atividade. Uma parcela expressiva (43,9%) respondeu que está na rua para buscar o próprio sustento ou o da família.

Só 2,6% deram como motivo a existência de pais ou responsáveis embriagados ou drogados. Ambiente familiar ruim é um dos principais fatores de risco para crianças e adolescentes. Entre os que passaram a morar definitivamente nas ruas, 45% disseram ter feito isso porque viviam em casa relações familiares marcadas por agressões e conflitos.


ODAIL FIGUEIREDO
do jornal O Estado de S. Paulo

   

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