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10/11/2006
Carta da semana
O agente decisivo
”Não há como negar que o crescimento econômico
brasileiro está, mais do que nunca, atrelado à
necessidade de melhoria da qualidade e do acesso da população
à educação e também ao aperfeiçoamento
e treinamento profissional para o mercado de trabalho. Neste
último item, o agente de integração,
que faz a intermediação do processo de preparação
dos estudantes para o mundo do trabalho, tem função
preponderante. Assim, precisa ser valorizado.
O fato é que estes agentes
realizam de maneira hábil a inter-relação
entre empresas e escolas. A integração, em perfeita
reciprocidade, permite que se consagre uma prática
que, em países desenvolvidos, já se faz com
muita eficiência há décadas: a preparação
e qualificação permanente da mão-de-obra.
Setor da economia que tradicionalmente
promove aprendizado de especialização perante
um grande contingente de pessoas, a indústria reconhece
a legitimidade da prática dos agentes que atuam na
realização da integração empresa-escola.
Uma ação legítima que encontra sua melhor
medida no CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola),
que incluiu no mercado de trabalho, por meio do estágio,
pelo Brasil afora, desde sua existência, seis milhões
de jovens. O CIEE, vale lembrar, nasceu justamente do idealismo
de empresários e de educadores preocupados com a formação
profissional. Por conta da importância dessa relação
empresa-escola, o setor produtivo brasileiro esforça-se
constantemente para agregar a esta prática, organizações
conscientes de seu compromisso com o futuro das novas gerações
e da própria nação.
O fato é que uma empresa que
saiba aproveitar o capital humano disponível, estará
dando enorme passo para a ocupação de espaço
no mundo globalizado e competitivo. Um país que valorize
o saber e o trabalho de modo conjunto e incentive exemplos
de comprometimento das empresas com o processo educacional,
estará estabelecendo formas permanentes de manutenção
de seu crescimento. As escolas técnicas do Senai, gerido
pelo setor industrial, é um bom exemplo desse envolvimento,
ampliando regulamente sua missão através do
desenvolvimento de parcerias com centros de ensino e a sociedade
civil organizada.
De qualquer maneira, apesar
dos resultados positivos alcançados através
desse tipo de trabalho oferecido pelos agentes de integração
empresa-escola no País, a prática continua enfrentando
dificuldades em setores da sociedade que, ao invés
de a incentivarem, insistem em buscar soluções
distantes da educação, como o assistencialismo
de resultado imediato e breve. Assim, como aconteceu nas últimas
décadas, por todos os seus benefícios, as indústrias
devem continuar — num ritmo crescente — a valorizar
o aprendizado de especialização e também
o agente de integração empresa-escola. Trata-se
de um braço fundamental e eficiente para que os membros
de uma sociedade busquem a realização profissional”,
João Guilherme
Sabino Ometto - silvia@viveiros.com.br
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