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29/09/2006
Carta da semana
A desinteligência do voto
“Voto ou veto? Melhor seria se o povo conseguisse vetar
toda a camarilha de figurinhas carimbadas, que conspurcam
o cenário não muito límpido da câmara
dos deputados, ou até mesmo da chefia do planalto central.
Vetar (votar no branco ou mesmo anular), na maioria das vezes,
seria um voto inteligente.
Outubro ameaça chegar de galope.
Como aquele cavalo “cosquento”, que dispara com
o simples mostrar do chicote. Estariam a inteligência
e a consciência sendo exercidas naquele impávido
momento? O povo já decidiu o melhor em quem votar?
Seria um voto inteligente, ou motivado por uma bolsa família,
uns míseros trocados, que entram no bolso furado? O
voto que vai cair na urna bem endossa um voto de inteligência
ou seria mais uma maledicência, do mesmo povo que poucas
chances teve de estudar? Como entender as estatísticas,
que até agora indicam o predomínio daquele candidato
f do qual mil maracutaias passaram perto e não tiveram
a capacidade de macular-lhe a honra? Como entender a indecisão
de milhares de brasileiros que mesmo assistindo de camarote
às suas besteiras, ainda conferem a ele seu voto? Seria
voto de lucidez? Ou de um desvario insano? Seria um voto de
qualidade ou um voto que fala direto ao estômago? Como
entender a larga vantagem que as urnas lhe conferem há
um mês antes do pleito? Como raciocinar sobre os resultados
da eleição? Seria o repeteco a melhor decisão?
Ver duas vezes o mesmo filme sabendo que foi uma película
inglória, cheia de lances turvos. Por que não?
Não acredito que o povo brasileiro
que tem o Airton como ícone, que fez do Pelé
seu “Bastião”, que ainda acredita no Guga,
vai votar no mesmo quadro de uma pintura suja e sem brilhantismo.
Ele não vai deixar a inteligência no criado mudo
e ficar mudo frente ao esquema do mensalão.
O voto tem de ser inteligente,
mesmo que ela falte no país que Cabral descobriu. Ainda
há tempo de tirar a inteligência da cartola,
e, como num passe de mágica, recuperarmos a fama de
povo instruído e culto. Fazendo oposição
ao conceito que grassa lá fora...”,
Paulo Expedito Rodarte de
Abreu - pera@navinet.com.br
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