É
a maior amostragem disponível da saúde de estudantes
de escolas públicas. Entre fevereiro e julho deste
ano, foram examinadas 119 mil crianças por equipes
de pediatria e saúde bucal. O resultado revela a doença
da ignorância e certeza de que será impossível
um bom nível educacional com tantas crianças
com problemas de saúde.
Note-se que estamos aqui falando apenas
da cidade de São Paulo. Daí se tira o que ocorre
no resto do Brasil. Os dados fazem parte do programa "Aprendendo
com a Saúde" que faz exames nas escolas públicas.
Cerca de 35% dos examinados mostraram alto risco de cárie.
Imagine se alguém presta atenção em aula
com dor de dente.
Mais de 50% tiveram de ser encaminhados para tratar problemas
de visão, audição, fala sobrepeso, desnutrição,
anemia, além de distúrbios psicológicos.
Não precisa ser um gênio para ver que, com tantos
problemas, é difícil aprender, criando-se uma
bola de neve. Em pouco tempo, os alunos já estarão
com sua autoestima abalada, com notas ruins, muitas repetirão
e sairão da escola.
A doença da ignorância é ainda mais grave
porque o tema é desconhecido da maioria da população
e existem poucos programas. Aliás, quase não
é assunto dos especialistas em educação.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata
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