Promotores públicos estudam
a possibilidade de processar a apresentadora Hebe Camargo
por incitação ao crime. No seu programa, semana
passada, ela disse que mataria com as próprias mãos
o menor "Xampinha", assassino do casal de namorados.
Naquele programa, Hebe foi somente
Hebe, alguém autenticamente conectada com a alma popular.
Fez um desabafo que a maioria dos brasileiros faria. Classificar
tal desabafo de crime é ir longe demais.
Mas ela, como formadora de opinião,
errou, já que está, com seu desabafo, aumentando
o clima de ódio, que não leva a nada. Melhor
faria se atiçasse a opinião pública contra
as autoridades que favorecem o surgimento dos "Xampinhas".
Pior do que Hebe foi o rabino Sobel
que, pela posição que ocupa, deveria pensar
antes de propor a pena de morte. Foi vítima dos holofotes.
Em nenhum país do mundo, a pena de morte se mostra
como um recurso comprovadamente eficiente.
Num momento com esse, os líderes
religiosos deveriam propor o culto da vida e não o
da morte.
Coluna
originalmente publicada na Folha Online,
na editoria Pensata.
|