Comovida com o assassinato do casal
de namorados em São Paulo, a nação parece
mais propensa a defender a redução da maioridade
penal. É uma ilusão.
É fácil entender por
que não funciona. Suponha-se que colocássemos
os menores na cadeia de adultos. Iam, claro, sofrer mais do
que sofrem na Febem, vítimas dos adultos.
Como a prisão não é
perpétua, eles vão voltar ainda piores do que
entraram; talvez piores do que na Febem.
Baixar a maioridade é quebrar
o termômetro para combater a febre.
O caminho mais consistente é
o mais difícil. Infelizmente, para todos os problemas
complexos só existem soluções complexas,
exceto nos discursos de políticos demagogos.
O caminho é acabar com a sensação de
impunidade, afinal apenas uma ínfima parcela dos quem
cometem crimes são punidos. A pessoa ter de estar convencida
de que vai acabar presa se cometer um crime.
A prisão não deve ser um escola do crime, mas
um espaço de recuperação, com programas
educativos em ambientes que levem a educação
a sério. Esses lugares, especialmente para jovens,
têm de ser pequenos para que se dê um tratamento
mais individualizado.
Quando um jovem sai pior do que entrou, entamos pagando para
que a sociedade fique ainda mais ameaçada pela selvageria.
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