Inegavelmente foi um avanço
a unificação de programas de distribuição
de recursos no Bolsa-Família, apesar de ainda faltar
a adesão de prefeitos e governadores. A unificação
indica a busca de racionalidade para reduzir desperdício
e aumentar eficiência administrativa. Claro que a operação
ainda é uma incógnita, mas o anúncio
merece ser festejado.
A discussão essencial - e mais
delicada - é saber até quando o poder público
vai manter essas milhões de bolsas. Se os recursos
distribuídos diretamente aos mais pobres não
promoverem a autonomia dos indivíduos para que, uma
vez escolarizados, consigam dispor de uma fonte de renda,
iremos distribuir apenas bolsas-esmola.
É esse o grande risco, como
se vê em várias partes do mundo, desse tipo de
programa. As pessoas se acomodarem com aquela ajuda e, pela
falta de estímulo econômico, não encararem
aquele dinheiro como algo provisório, mas uma esmola.
A eficiência desses programas
será medida pelo número brasileiros que não
dependam mais de nenhuma bolsa.
Coluna originalmente publicada
na editoria Pensata, na Folha Online.
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