Na semana
passada, relatei aqui um péssimo
exemplo da USP - sua Escola de Aplicação,
apesar de estar dentro de um dos principais centros de saber
do mundo, dispondo, em seu entorno, de bibliotecas, de museus
e laboratórios, está longe de ser um modelo
de excelência. Agora, cito um bom exemplo daquela universidade,
justamente por significar uma invenção para
melhorar a educação pública.
Resultado da experimentação de diversas turmas
da pós-graduação da Fundação
Vanzolini, ligada à Poli, será apresentado nesta
semana um software destinado a exibir para uma escola o que
existe ao seu entorno e que poderia ser utilizado por pais,
alunos e professores. É uma espécie de Google
de bairro, voltado às possibilidade de aprendizado
aproveitando-as as redes de saúde, de cultura, de geração
de renda, de assistência social, de esportes e lazer.
Esse programa (detalhado neste
link), ainda em fase de testes, já chamou a atenção
do Ministério da Educação e do Unicef,
interessados em usá-lo, inicialmente, em regiões
metropolitanas. Motivo: talvez sirva como um mecanismo de
baixo custo para aproximar a escola da comunidade, além
de aumentar o horário de aprendizado. Com um simples
apertar de um botão, um professor poderia saber a quem
encaminhar um aluno com problemas auditivos. Ou, para alunos
mais agressivos, saberia oferecer programas de esporte ou
apoio psicológico. Assim como teria a alista de atividades
culturais e profissionalizantes gratuitas.
Uma das tarefas da universidade deveria ser ajudar a educação
pública, com cursos de formação de professor,
mecanismos de gestão, produção de currículos
e até de jogos --a invenção daqueles
alunos dá uma pista de que se pode fazer quando se
juntam olhar inclusivo, articulação comunitária
e pesquisa acadêmica.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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