Em entrevista à Folha, o
cardiologista José Antônio Ramires, diretor do
Instituto do Coração (Incor) defendeu que os
estudantes de medicina apenas sejam autorizados a trabalhar
se realizarem um exame aplicado por entidades representativas
dos médicos. Esse tipo de exame já é
aplicado aos advogados pela OAB --e o resultado, como se sabe,
é uma tragédia.
Ramires afirma que os cursos se expandiram sem a devida qualidade
e estão formando médicos incompetentes. O exame
da ordem seria o mecanismo, segundo ele, para evitar esse
risco à sociedade.
O ideal, claro, é que as universidades formem pessoas
com um mínimo de qualidade. Mas se não estão
conseguindo, o verdadeiro provão, que mede mesmo o
que se aprendeu, é aquele ao final do curso como faz
a OAB --e agora está sendo proposto aos cursos médicos.
Se os médicos sérios estão conscientes
dos perigos dos cursos medicina deveriam, a exemplo de Ramires,
e em nome da saúde pública, defender combater
a charlatanice acadêmica e defender providências
imediatas, seja fechando faculdades, sejam exigindo o exame
ao final do curso.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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