|
]IGUATU ( CE) - Alunos do 8º
semestre do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação,
Ciências e Letras de Iguatu (Fecli) desenvolveram um
projeto inédito de arte e acompanhamento pedagógico
com alunos da 5ª Série do Ensino Fundamental da
escola da rede pública municipal João Paulino
de Araújo, no bairro Areias, nesta cidade.
O projeto foi dirigido por 10 alunos
da disciplina de Prática do Ensino Fundamental, concludentes
do curso de Pedagogia, para 18 estudantes do Ensino Fundamental.
Os universitários trabalharam como monitores de arte,
ensinando noções de pintura, canto coral, flauta
doce e também deram reforço escolar nas disciplinas
de Matemática e de Português, durante três
dias por semana. As atividades tiveram duração
de uma hora.
O espaço foi uma sala de aula
da própria Fecli, pois os alunos selecionados moram
perto da Faculdade. “É uma experiência
que está dando certo”, comemorou Demontier de
Carvalho. “Os alunos aprenderam rápido e isso
demonstra que muitos
têm talento, mas faltam-lhes oportunidade”. Ele
explicou que a escolha da Escola João Paulino deveu-se
à proximidade com a Fecli. Além das noções
de arte e reforço escolar, os alunos tiveram assegurado
um lanche ao final de cada aula.
Isabel Barbosa, integrante do projeto,
mostra-se animada com o trabalho desenvolvido e com o interesse
dos alunos em aprender. “A turma participou com vontade
e a animação tomou conta de todos”, disse.
“Era bom que na escola pública houve espaço
para atividades extraclasse, trabalhos artísticos.
Melhora a auto-estima dos estudantes e dá novas perspectivas
de vida”. Ela observa que o relacionamento na escola
e na família dos participantes do projeto melhorou.
O projeto cultural foi uma forma criada
pelos concludentes para substituir o tradicional estágio
em salas de aula. “As aulas do Ensino Fundamental acontecem
durante o dia, mas como nós trabalhamos não
temos condições de estagiar, por isso sugerimos
à professora esse projeto alternativo”. A professora
Liduína Reis aprovou a idéia. O projeto começou
em março passado e foi encerrado na última quarta-feira.
Em uma das aulas de artes plásticas,
os alunos ouviram com atenção um pouco da história
de vida da pintora Tarsila do Amaral. Depois com facilidade,
fizeram cópias em tela com uso de tinta guache, dos
desenhos da artista do modernismo. Alguns mostraram facilidade
com o desenho e criaram pinturas que chamaram a atenção
dos monitores. O estudante Jordy Dias Souza, 11 anos, mostrou
que gostou das aulas. “Era para ter todos os anos”,
disse. “A gente aprendeu coisas novas”. Iana Pereira,
10 anos, disse participar da aula de música é
a melhor e a mais divertida.
Num outro dia, os alunos tiveram oportunidade
de estudar noções de Matemática, divisão
e fração, na padaria industrial da Escola Agrotécnica
Federal de Iguatu. Isso mesmo. A idéia foi trabalhar
com o concreto. Além de conhecer as instalações
da panificadora-escola, os alunos aprenderam a preparar pizzas
e dividi-las em partes iguais. “Tiveram noções
sobre um terço, um quarto, um sexto, por exemplo”,
contou Gilvando. “Foi uma aula prática muito
divertida”.
Os alunos mostram-se animados
nas aulas de flauta doce e canto coral. Uma das músicas
que o grupo escolheu para apresentação no encerramento
do projeto é “Asa Branca”, composição
do iguatuense, Humberto Teixeira. “O nordestino tem
ritmo próprio. Eles aprenderam com facilidade as noções
básicas da flauta e do canto coral”, disse o
monitor de música, Gil Pereira.
As informações são
do jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
|