Um problema típico dos adolescentes
é ter um monte de dúvidas sobre tudo, mas não
saber muito bem a quem perguntar. Em bairros pobres na periferia
de Aracaju, um projeto apoiado pelo Criança Esperança
está mudando esta realidade. Estudantes esclarecem
questões delicadas e ainda levam as lições
para casa.
Uma filha de quatro anos, outra de três e um bebê
a caminho. Fátima dos Santos não planejou nenhuma
gravidez e hoje, aos 18 anos, mal sabe assinar o nome e está
desempregada. "Se tivesse pensado melhor, teria estudado
muito", lamenta ela.
Fátima não pensou melhor porque faltou informação
e informação é o que sobra no Centro
de Convivência de Adolescentes, na periferia de Aracaju,
que atende a 700 jovens, entre 10 e 19 anos. Parte da verba
para manutenção vem do programa Criança
Esperança.
O centro foi criado para ser a extensão da casa dos
adolescentes. Lá, eles encontram uma família
e têm a liberdade de discutir e tirar dúvidas
sobre temas como a sexualidade. Por isso, os grupos educativos
são os que atraem o maior número de adolescentes.
Atentos, curiosos e participativos. Poucos, em uma roda,
sabiam sobre as mudanças provocadas pela adolescência.
"Eu tinha curiosidade, até porque em casa você
não tem essas informações. Os pais não
passam", conta a estudante Míriam da Rocha.
De aprendizes a multiplicadores. De lá, alguns saem
para dividir a informação e orientar outros
adolescentes. Foi o que aconteceu com a estudante Iolanda
Nascimento. "Eu não sabia nada, aprendi tudo aqui,
tirei minhas dúvidas, da minha mãe", lembra
ela.
"O Criança Esperança exige da gente um
trabalho consciente em relação ao adolescente.
Tudo de bom e melhor para ele. Mudou a vida de muitos adolescentes
aqui, eles não tinham aonde ir", afirma a coordenadora
do Centro, Ana Lúcia Rodrigues Passos.
As informações são
da Globo.com
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