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economia
31/03/2004
Serasa: inadimplência cai, mas não há o que comemorar

SÃO PAULO - A inadimplência de consumidores e empresas caiu 3,9% no primeiro bimestre do ano, na comparação com igual período de 2003. Na pessoa física, a queda foi de 3%, um índice considerado muito pequeno pela Serasa, empresa de análise financeira responsável pelo indicador. Entre as empresas, a queda chegou a 11,6%. Carlos Henrique Almeida, economista da Serasa, explica que a redução não é suficiente para ser comemorada, pois a inadimplência dos consumidores tinha crescido 10% no primeiro bimestre de 2003.

"A redução da inadimplência das pessoas físicas ocorreu sobre uma base muito alta. Para ocorrer uma reversão de cenário a queda teria de ser bem maior do que a observada. A atividade econômica e a renda continuam baixa e o desemprego continua elevado, o que mostra que a situação não mudou muito", afirma o economista.

Almeida explica que nem mesmo a queda expressiva na inadimplência das empresas é sinal de recuperação. Segundo ele, elas não estão com dívidas em atraso simplesmente porque não tomaram empréstimos ao longo de 2003 para realizar investimentos.

"A justificativa está na não tomada de crédito, o que é ruim para a economia", diz ele.

O número de cheques devolvidos bateu recorde para os meses de janeiro e fevereiro, mas não puxou para cima o indicador geral de inadimplência porque corresponde a pouco mais de um terço do total. Dos registros de não pagamento feitos pela Serasa, 36% correspondem a cheques sem fundo. A seguir estão cartão de crédito e financeiras, com 33% do total; dívidas bancárias, com 29%; e títulos protestados, com 2%.

Segundo o levantamento, o valor médio dos cheques devolvidos por falta de fundos no bimestre foi de R$ 415 e o dos títulos protestados, de R$ 607. O valor médio da inadimplência com os bancos é mais alto: R$ 931. O menor valor médio, de R$ 225, é dos cartões de crédito e financeiras.

O endividamento não pago pelas empresas se divide entre títulos protestados (46%), cheques sem fundos (38%) e dívidas bancárias (16%). As dívidas em atraso no sistema financeiro têm valor médio de R$ 2.666.

Almeida afirma que não dá para prever a tendência da inadimplência para os próximos meses, pois a atividade econômica ainda não decolou e a conjuntura continua a mesma.



CLEIDE CARVALHO
do Globo Online

   
 
 
 

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