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ensino superior
04/02/2004
Inadimplência em universidades cai 70%

Após um ano de recorde de inadimplência nas universidades privadas do país, 70% dos alunos devedores (560 mil) conseguiram renegociar suas dívidas em dezembro e janeiro últimos, de acordo com a ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Educação Superior) e o Semesp (Sindicato das Mantenedoras do Estado de São Paulo).

No ano passado, 33% dos estudantes da rede privada de ensino superior do país estavam inadimplentes (800 mil alunos). Em São Paulo, cerca de 25% deles não estavam com as mensalidades em dia (209 mil), mais do que o dobro da média histórica de 12%.

A legislação da educação permite que o estudante inadimplente continue cursando o ano letivo após a matrícula. Mas, no ano seguinte, a matrícula pode ser recusada caso o pagamento das mensalidades não esteja em dia.

"Tem de haver uma renegociação. Não há o que fazer", afirma Edson Franco, presidente da ABMES. Segundo ele, a maior parcela de inadimplentes vem de classes de renda mais baixa.

"Pela exigência do mercado, eles arriscam entrar na universidade particular e pensam nas mensalidades depois. Acreditam, por exemplo, que conseguirão entrar no Fies [Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superiores, que, no ano passado, teve cerca de 1 milhão de inscritos para 70 mil benefícios]. É limitado. Faltam mecanismos de financiamento para essa população", afirma Franco.

Antonio Carbonari, vice-presidente do Semesp, afirma que os principais meios utilizados pelas universidades são o parcelamento da dívida dos estudantes em 12 vezes ou mais, a negociação do 13º salário para o pagamento do saldo devedor e o trancamento da matrícula até que o aluno regularize a sua situação.

"Uma grande parte dos que não conseguem renegociar as dívidas perdeu o emprego durante o último ano", afirma Carbonari.

A alta inadimplência é apenas um dos problemas do setor. A concorrência teve um aumento recorde -o número de universidades privadas no país cresceu 45% em dois anos, o que provocou alta da ociosidade das vagas (37,4% das vagas oferecidas).

A Universidade da Amazônia, no Pará, optou por oferecer bolsas restituíveis para os estudantes em dificuldades financeiras. O abatimento da mensalidade, em geral, é de 20% a 40%. Essa parcela deverá ser paga pelo aluno após a formatura. A instituição destina 5% (R$ 4,9 milhões) de seu faturamento para isso. A renegociação foi feita com cerca de 2.000 dos 17 mil alunos da instituição.


LUIS RENATO STRAUSS
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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