Nos primeiros
três meses do ano, foram apreendidas no Paraná
6,5 mil armas de fogo. O número é 66% maior
do que o registrado em todo o ano de 2003, quando foram tiradas
de circulação 3,9 mil unidades.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança
Pública (Sesp), a campanha de desarmamento, que prevê
bônus de R$ 100,00 para quem entregar uma arma, foi
responsável pelo crescimento. Nos últimos três
meses, a população do estado trocou cerca de
5,9 mil revólveres e espingardas, entre outros itens,
pela recompensa.
Na manhã de ontem, em frente ao Palácio Iguaçu,
foi realizada a destruição simbólica
de 1.040 armas trocadas pelos R$ 100,00: eram 240 espingardas
e 800 revólveres e pistolas. Um rolo compressor destruiu
o material. Depois, o pequeno arsenal seria levado ao forno
de uma siderúrgica. "Considero a campanha um sucesso.
Conseguimos apreender mais armas do que no ano passado inteiro",
afirmou o governador Roberto Requião.
Para o secretário de Segurança, Luiz Fernando
Delazari, o recolhimento do material é uma forma de
reduzir indiretamente a violência. "Hoje, 90% dos
homicídios são cometidos com o uso de armas
de fogo", disse.
O sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Grupo
de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná,
defende o desarmamento como forma de reduzir o número
de crimes violentos. "Há muitos dados que demonstram
que sociedades armadas têm mais casos de homicídios,
por exemplo", afirma.
Bodê diz que ainda não se pode avaliar a eficiência
da campanha feita no Paraná, mas considera a discussão
sobre o tema importante. "Cerca de 80% das pessoas que
portam armas e reagem a um assalto são feridas",
completa.
As informações são
da Gazeta do Povo, de Curitiba-PR.
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