Na tentativa
de evitar que as greves se alastrem pelo serviço público,
o governo fez uma nova oferta ao funcionalismo e ampliou os
percentuais de reajuste dos salários dos servidores
do Executivo. Mas a nova proposta, apresentada ontem numa
reunião do ministro do Planejamento, Guido Mantega,
com líderes da categoria, não apaziguou todos
os sindicatos. O governo prometeu destinar uma verba extra
de até R$ 500 milhões para reajustes diferenciados
a categorias que tiveram menores índices de correção
nos últimos anos. No Orçamento estava previsto
R$ 1,5 bilhão para os reajustes.
Na planilha apresentada ontem o menor reajuste para os servidores
da ativa passa de 10,79% para 12,85%. O maior, que era de
29,38%, foi para 32,27%. Para os inativos, o percentual mínimo
de reajuste passou de 7,11% para 9,5%, e o máximo,
de 26,13% para 29,38%. A proposta do governo beneficiará
905 mil ativos e aposentados.
Apesar de alguns sindicatos ameaçarem fazer greve
a partir do dia 18, Mantega avisou que esta é a última
proposta:
Limite
É a segunda tabela que o governo apresenta aos
sindicatos em uma semana. Todos os índices de reajuste
foram elevados, até para aposentados.
“É um reajuste inédito para o funcionalismo
público. Vai dar melhores condições ao
servidor, para que tenha mais entusiasmo para atender a população”,
disse Mantega.
O ministro estima que, para o governo, a diferença
entre a proposta da semana passada e esta fique entre R$ 300
milhões e R$ 500 milhões. O dinheiro extra,
segundo Mantega, terá origem no excesso de arrecadação.
O adicional oferecido pelo governo representa a metade do
que a CUT vinha pedindo (mais R$ 1 bilhão).
Uma nova reunião com as federações dos
sindicatos de servidores foi marcada para o dia 20. Antes,
porém, as entidades devem levar às bases de
cada categoria a proposta do governo, em assembléias
que estão programadas para a próxima semana.
No dia 18, as federações promovem uma plenária
em Brasília para discutir a possibilidade de deflagrar
greve nacional.
Responsável por levar ao governo, há 15 dias,
o pedido de aumento da verba destinada aos reajustes, a CUT
estava satisfeita ontem. Lúcia Reis, da direção
nacional da central, disse que os percentuais são razoáveis,
principalmente por demonstrarem a intenção do
governo de recuperar as perdas salariais acumuladas:
Política salarial
Outras entidades, porém, não abrem mão
da reivindicação de 127% de reposição,
levando em conta as perdas desde 1995.
“A proposta é insuficiente, não repõe
as perdas salariais”, afirmou Vicente Neto, diretor
da Fasubra, que representa os servidores de universidades
federais.
As informações do jornal O Globo.
|