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violência
09/06/2004
Crimes migram para o Interior

A violência estagnou nas capitais e nas regiões metropolitanas do Brasil, mas aumentou em pequenos e médios centros urbanos do país. Essa é uma das conclusões do quarto mapa da violência, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e divulgado ontem em Brasília.

A partir dos números contidos no sistema de informações de mortalidade, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, o Mapa da Violência IV: os Jovens no Brasil. Juventude, Violência e Cidadania, mostra que jovens são as principais vítimas no Brasil.

O levantamento revela que a taxa de homicídio cresce, em especial, entre a população com idade entre 15 anos e 24 anos. Em 1980, o país registrava 30 homicídios para grupo de 100 mil pessoas. Em 2002 ocorreram, na mesma faixa etária, 54,5 homicídios para a mesma proporção. Enquanto na população em geral os homicídios representam 62,3% de todas as mortes, nos jovens o percentual salta para 88,6%.

"A juventude é a principal vítima e, provavelmente, a principal autora da violência", constata o coordenador do escritório da Unesco em Pernambuco e responsável pela pesquisa, Julio Jacobo Waiselfisz.

A mudança geográfica da violência é outro dado inquietante. De 1993 a 1998, homicídios cresceram nas capitais e nas regiões metropolitanas. De 1999 até 2002, porém, ocorreu o contrário: o crescimento desse tipo de crime no Interior foi maior do que nos centros.

Conforme o pesquisador e sociólogo, o aparecimento de pólos de crescimento econômico em cidades do Interior, os investimentos do Plano Nacional de Segurança nas capitais, e a melhora da coleta de dados estatísticos são elementos que, nessa ordem, auxiliam na compreensão do fenômeno.

"Como existe crescimento econômico em determinadas regiões e o aumento da repressão nas capitais, a criminalidade também migrou", constata Waiselfisz.

O levantamento constatou, ainda, que os negros têm mais chance de ser assassinados do que os brancos.

Se no Brasil como um todo a violência assusta, no Rio Grande do Sul em particular ela é menos intensa. O Estado está em 16° no ranking nacional dos homicídios cujas vítimas têm entre 15 anos e 24 anos. O dado negativo para os gaúchos, porém, é o índice de suicídios entre os jovens, o quarto maior do país.

"Em regiões mais desenvolvidas, é comum índices baixos de homicídios e altos em suicídios", conclui.



CARLOS ETCHICHURY
do Zero Hora

   
 
 
 

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