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educação
04/06/2004
Uerj: relatório mostra pior desempenho de cotistas

Alunos aprovados por cotas em 30 cursos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) tiveram nota máxima inferior à pontuação mínima dos candidatos não-cotistas. Os dados, referentes ao último vestibular da instituição, fazem parte de um dossiê preparado pela reitoria da universidade, ao qual O GLOBO teve acesso. No relatório também há informações sobre o desempenho dos estudantes cotistas, aprovados em 2003. Ao contrário do que a Uerj acreditava, o rendimento dos alunos que entraram na universidade graças à reserva de vagas foi pior que o dos alunos não-cotistas.

Em 2003, problema ocorreu em apenas seis carreiras
No caso do vestibular 2004, no curso de odontologia, a pontuação mínima entre as vagas não reservadas foi 74,2, num total de 110 pontos. Já a pontuação máxima dos deficientes foi 49,75; a dos negros foi 65,9; e a dos alunos da rede pública, 71,75. Em medicina, por exemplo, a pontuação mínima dos não-cotistas foi 94,85, num total de 110 pontos (a máxima foi 102 pontos). Na reserva de vagas para deficientes físicos e índios, a nota máxima foi 79. Entre os negros, a maior pontuação foi 95,85; e entre os aprovados da rede pública a maior nota foi 96,7.

Em 2003, esta diferença entre as notas dos cotistas e não-cotistas aconteceu em apenas seis carreiras (desenho industrial, geologia, medicina, oceanografia, odontologia e relações públicas).

Ainda segundo o relatório, em 17 carreiras da Uerj foram aprovados candidatos com notas inferiores a 20 pontos. Apesar do desempenho ruim dos cotistas no vestibular, a reitoria da Uerj diz que não faz distinção entre seus alunos. Segundo a universidade, a meta agora é lutar junto ao governo estadual para obter recursos suficientes para garantir a permanência dos estudantes na instituição.

"A partir do momento em que o candidato passa no vestibular, seja cotista ou não, ele vira aluno e está sob a nossa responsabilidade. O cotista da rede pública, por exemplo, que sempre teve uniforme, transporte, livros e alimentação gratuitos, foi jogado aqui na universidade. Precisamos de recursos para equipar laboratórios, bibliotecas, construir um bandejão", disse Raquel Villardi, sub-reitora de Graduação da Uerj e uma das responsáveis pelo relatório.

Pioneira no país na realização de vestibular com cotas, a Uerj divulgou no fim do ano passado um estudo feito pelo Departamento de Estudos Pedagógicos da instituição. Nele, afirma que o desempenho dos alunos aprovados pelas cotas em 2003 era igual ou superior ao dos não-cotistas. A comparação era feita com base no coeficiente de rendimento (CR) dos estudantes e, segundo a reitoria da universidade, não mostrava a realidade.

Segundo o reitor da Uerj, Nival de Almeida, o índice de reprovação de cotistas nos cursos do centro biomédico, por exemplo, é quatro vezes maior do que entre os não-cotistas.

"O departamento fez uma leitura preliminar dos dados. Pegamos as mesmas informações e analisamos de outra forma. O CR não serve como referência, porque há mais desistência nos curso entre os alunos não-cotistas. Com isso, aumenta a quantidade de CR zero. A reprovação por nota é maior entre os cotistas em todos os centros da Uerj", disse Nival. E acrescentou: "Mesmo tirando notas mais baixas, o cotista não desiste facilmente da vaga. Seu resultado ruim no curso é um reflexo do ensino de baixa qualidade que ele teve durante toda a educação básica.


As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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