Na teoria,
pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino
superior. No Brasil, a prática está muito longe
disso. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos
brasileiros acima dessa faixa etária tem curso superior.
A maioria dos que estudam nesse idade ainda estão no
ensino básico.
“É muito baixo. Países como a Argentina
e o Chile tem de três a quatro vezes mais jovens matriculados
no ensino superior que o Brasil”, disse o presidente
do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no País
entre jovens de 18 a 24 anos é 9%.
Voltando a estudar
O número de pessoas com mais de 25 anos estudando
vem crescendo, mas ainda
nos níveis fundamental e médio e no Ensino de
Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo. Os jovens nesses
três níveis de ensino eram 2,59 milhões
em 1999 e chegaram a 3,67 milhões em 2003.
No Ensino Médio, o número de matriculados acima
de 25 anos foi quase 100 mil maior do que em 1999. Mas o maior
crescimento foi nos supletivos: praticamente um milhão
de novos alunos. Hoje, essas pessoas representam 7,7% dos
alunos.
“A formação é cada vez mais exigida
pelo mercado de trabalho e cada vez mais pessoas voltam a
estudar. O ideal é que em alguns anos esse crescimento
pare e até diminua, com a regularização
do fluxo”, explicou Pacheco.
Chegando ao superior
Essas pessoas que estão tentando completar
sua formação poderão chegar ao ensino
superior, melhorando o índice de pessoas graduadas
no País.
Hoje, o maior índice de pessoas com nível superior
do Brasil é no Distrito Federal, com 15,9% dos habitantes
formados. Depois, vem São Paulo, com 10,4%, e Rio de
Janeiro, com 10,3%.
As disparidades regionais, no entanto, são imensas.
No Maranhão, apenas 2% da população conseguiu
terminar uma faculdade. Bahia, Tocantins e Amapá, com
3,3%, completam a lista dos mais baixos índices.
Opções públicas
O gargalo da formação está muito
abaixo do curso superior, como mostram os dados divulgados
pelo MEC. No entanto, também há problemas no
acesso às faculdades. Hoje, 80% das vagas no ensino
superior do Brasil estão em faculdades particulares.
Nos cursos noturnos, das cerca de 1,6 milhão de vagas
que existem, apenas cerca de 300 mil estão em instituições
públicas de ensino.
“Com esses índices tão baixos de matrículas
não se pode dizer que tem curso superior demais no
Brasil. O que tem é curso público de menos.
É isso que é preciso mudar”, disse o presidente
do Inep.
As informações são da Agência Estado.
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