O coordenador
do escritório da Organização das Nações
Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(Unesco) no Brasil, Pedro Lessa, afirmou que onde existem
programas de apoio ao esporte para crianças e adolescentes
há uma queda anual de 30% nos índices de criminalidade.
Ao participar, na noite desta quarta-feira (8), do programa
"Diálogo Brasil", transmitido pela TV Nacional
e NBR, Lessa disse que o esporte melhora as relações
interpessoais. "Ele harmoniza as pessoas". O representante
da ONU lembrou que esses projetos são voltados para
crianças carentes e moradores de áreas isoladas
dos grandes centros urbanos.
Segundo o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, que também
participou do programa, o país está criando
uma política permanente para o setor. Ele disse que
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer transformar
o esporte em política pública como saúde
e educação.
De acordo com Agnelo, a prioridade dessa política
é a democratização do acesso. Ele destacou
os programas Segundo Tempo (que oferece atividades esportivas
e educativas no horário contrário ao das aulas),
que já atende 800 mil crianças, e o de descoberta
de talentos esportivos de jovens de 10 a 15 anos. Explicou
que cada região do país terá centros
de alto rendimento, onde uma modalidade esportiva receberá
maior incentivo.
Já o medalhista Torben Grael ressaltou que o Brasil
ainda tem muito o que avançar para se tornar uma potência
olímpica e, para isso, deve haver mudanças de
base. Segundo Grael, a vela não é um esporte
elitista e sim de classe média. "Temos que ter
mudanças estruturais. O problema é a má
distribuição de renda do país".
Para o iatista, a iniciativa de empresas privadas poderá
aumentar o rendimento esportivo.
Torben Grael lembrou que o país precisa melhorar nos
esportes individuais para dar um salto qualitativo e trazer
mais medalhas olímpicas. "O Brasil tem um nível
muito alto nas atividades coletivas. Temos que melhorar muito
nos individuais. A vitória representa 20 anos de dedicação.
Uma vida dedicada ao esporte", acrescentou.
Sobre o bicampeonato olímpico, Torben disse que chegou
como favorito ao ouro, o que é um peso muito grande.
O medalhista destacou a preparação física
minuciosa para os jogos. "Fizemos tudo o que foi possível,
porque tinhamos o sonho de chegar a esse difícil bicampeonato
olímpico, como Adhemar Ferreira da Silva" (bicampeão
do salto triplo nos anos 60).
O professor da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), Antônio Carlos Aidar, acredita que o esporte
brasileiro só crescerá quando adotar o modelo
norte-americano de apoio ao setor. Segundo ele, os Estados
Unidos têm um modelo de alto rendimento esportivo, em
que cada estado apóia determinada modalidade.
Lá, também, os jovens se formam dentro das
universidades e escolas. "Isso é fundamental para
o país". De acordo com o professor, só
a iniciativa, no entanto, não traz inclusão
social. "A escola traz inclusão social",
concluiu.
As informações são
da Agência Brasil.
|