Pesquisa divulgada ontem pela CUT
paulista mostra que a maior parte das categorias com data-base
no segundo semestre fechou acordos salariais com parcelamento
do reajuste. Embora o universo pesquisado seja pequeno, o
resultado mostra semelhança com levantamento feito
pelo Dieese referente ao primeiro semestre.
De 20 sindicatos ligados à central, 12 (60%) fecharam
acordos equivalente à variação do INPC
em 12 meses. Em categorias como metalúrgicos (com exceção
das montadoras) e produtos de couro, o reajuste foi ou será
pago em duas parcelas. No segmentos de editoras de livros,
em três vezes. Dependendo do mês, o INPC acumulado
variou de 16,15% (até novembro) a 19,64% (até
julho).
Em quatro sindicatos, o reajuste ficou acima da inflação,
casos dos trabalhadores na colheita de laranja e nas indústria
têxtil e de papel. Entre os que ficaram abaixo do INPC,
estão farmacêuticos, funcionários dos
Correios e bancários. Nesse último caso, o acordo
inclui abono e participação nos lucros ou resultados
(PLR). Nos Correios, três referências no plano
de cargos e salários.
As entidades ouvidas pela CUT representam, segundo a central,
1,5 milhão de trabalhadores. Em 2002, por volta de
75% das categorias receberam o reajuste de uma só vez.
No primeiro semestre, de 149 acordos pesquisados pelo Dieese,
33% tiveram algum tipo de parcelamento, contra 9% no ano anterior.
E 63% dos 149 acordos foram fechados com índices abaixo
da variação do INPC em 12 meses. Foi o pior
resultado desde 1995.
Indicadores
O presidente estadual da CUT, Edilson de Paula Oliveira, vê
sinais de recuperação no segundo semestre. Por
dois fatores, segundo ele: a melhoria dos indicadores econômicos,
como câmbio e juros, e a mobilização dos
sindicatos.
Ele destacou avanços em cláusulas sociais,
particularmente em categorias que tiveram reajuste abaixo
do INPC.
VITOR NUZZI
do Diário de S. Paulo
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