O relatório
O Estado da Criança no Mundo 2005, divulgado hoje pela
Unicef, mostra que mais de 27 milhões de crianças
vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, o que significa
fazer parte de famílias com renda mensal de até
meio salário mínimo.
No total, 33,5% da população brasileira vivem
com a metade do salário mínimo. Desse grupo,
45% são crianças.
O relatório também mostra uma queda no índice
de mortalidade infantil brasileiro. Segundo o documento, 35
crianças brasileiras morrem antes de completar cinco
anos de idade, em cada mil nascidas, o que coloca o país
na 90ª posição, ao lado de Peru e Cabo
Verde.
Apesar da queda, o Brasil perdeu posições no
ranking geral. No relatório anterior, o índice
de mortalidade era de 36 crianças a cada mil, fazendo
com que o país ocupasse a 93ª posição
entre os mais de 200 listados.
Saneamento básico
Na primeira colocação no ranking de mortalidade
está Serra Leoa, com 284 mortes entre cada mil crianças
nascidas. Os países com o índice mais baixo
de mortalidade infantil são Suécia e Cingapura,
com apenas três mortes a cada mil nascidas.
O relatório destaca o projeto Bolsa Escola do governo
federal no combate ao trabalho infantil, além dos projetos
de prevenção e tratamento ao vírus HIV.
Também segundo o documento, cerca de 44 milhões
de brasileiros vivem em condições sanitárias
abaixo do mínimo esperado. Esse número é
maior do que o do relatório do ano passado.
A situação é mais crítica na
zona rural do país, onde apenas 35% da população
tem acesso a serviços básicos sanitários.
Nas áreas urbanas, este número sobe para 83%
da população.
A precariedade no abastecimento de água é um
dos problemas brasileiros em destaque no relatório.
A situação é mais grave nas áreas
rurais do país, onde apenas 58% da população
tem acesso à água potável.
A Unicef ressalta que a situação no Brasil
é preocupante. Mortalidade infantil, falta de saneamento
básico e água potável e o crescente número
de casos de homicídios entre adolescentes e jovens,
principalmente entre 15 e 24 anos, são desafios que
o governo ainda precisa enfrentar.
CLAUDIA SILVA JACOBS
da BBC Brasil
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