CEARÁ
- O programa “Ilhas Digitais”, uma ação
do governo em parceria com as prefeituras e a iniciativa privada,
criada em 2001 não recebeu nenhum aporte financeiro
do Estado, como admite José Vasques Landim, titular
da Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente (Soma).
Existem 21 ilhas digitais no Ceará, ficando três
localizadas em Fortaleza. Funcionam como um “cyber-café
popular” já que não possuem o caráter
pedagógico de inclusão digital. Ou seja, as
pessoas utilizam as ilhas para fazer pesquisa na Internet,
enviar currículos, saber resultado dos concursos públicos
ou digitar trabalhos escolares. O projeto é auto-sustentável.
O tempo de permanência de uma hora nas Ilhas Digitais
custa entre R$ 0,50 a R$ 0,80 (para estudantes) e R$ 1 a R$
1,50 (não estudantes).
A expansão no interior acontece em função
da necessidade de diminuir o número da exclusão
digital, beneficiando principalmente estudantes das escolas
públicas e comunidades carentes. Vasques Landim considera
positivo o programa, reconhecendo ser grande a demanda dos
municípios. “Nossa dificuldade é de parceria”,
reclama.
Cada ilha digital possui cinco microcomputadores e uma impressora
que são fornecidos pelo governo do Estado. As ilhas
são unidades físicas padronizadas e cada uma
deve dispor de monitores, que são responsáveis
pela gestão da ilha, orientação dos usuários
e manutenção.
Cada ilha tem uma característica diferente. Algumas
são utilizadas mais para fins educativos, outras para
pesquisas de preços, enquanto em alguns locais são
usadas para receber e passar informações turísticas.
O secretário destaca, ainda, o caráter educativo
das Ilhas Digitais, justificando que elas servem para que
muitos jovens tenham o primeiro contato com a informática.
“De certa forma eles aprendem”, completa. A média
de visita por dia nas ilhas é de 60 pessoas.
Os microcomputadores utilizados nas Ilhas Digitais são
frutos de doação da iniciativa privada.
“Às vezes, não dá para cobrir
os custos da Ilha e a Prefeitura entra”, ressalta o
secretário. O governo mantém um grupo de técnicos
na sede da Soma para garantir o bom funcionamento dos equipamentos.
Os micros funcionam através de link disponibilizado
pela Telemar e o governo garante a assistência técnica
total, recuperação e manutenção
dos aparelhos.
Os locais de instalação das Ilhas Digitais
são em praças e escolas públicas que
possuem o link da Telemar sendo aproveitado através
da Secretaria de Educação Básica do Estado
(Seduc) para fazer a conexão com a Internet. Alguns
municípios têm o sistema de rádio. “A
maioria é interligada através dos links das
escolas públicas”, esclarece José Vasques
Landim.
Parecer técnico
O projeto Ilhas Digitais constitui uma ação
que veio no bojo do programa lançado em 2000 pelo governo
do Estado chamado “Estratégia Ce@ará Digital”,
com o objetivo de identificar e desenvolver o setor de Tecnologia
da Informação e Telecomunicação.
Foram identificados diversos projetos necessários para
o seu êxito, dentre eles o projeto de inclusão
digital, denominado Ilhas Digitais. São basicamente
quiosques instalados em locais públicos ou privados
com microcomputadores de acesso à Internet.
“Precisamos avançar”, alerta José
Vasques Landim, explicando que coube ao Instituto de Pesquisa
e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
a realização de um parecer técnico para
identificar os principais municípios a serem beneficiados
com o projeto. O estudo do Ipece levou em consideração
para prioridade de instalação de Ilhas Digitais
os municípios que apresentem menores valores para o
Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) e Taxa de
Inclusão Digital (TID) e os maiores valores de Grau
de Urbanização (Graurb).
IRACEMA SALES
do Diário do Nordeste
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