Erika
Vieira
Há 82 Km de Porto Alegre (RS) fica o primeiro município
brasileiro a implantar oficialmente a avaliação
institucional nas escolas de ensino básico, estendendo
a participação às pessoas da comunidade.
A medida é recomendada pelo Plano Nacional de Educação,
porém obrigatória apenas ao ensino superior.
Ao colocar a avaliação como obrigatoriedade
a todas unidades educacionais da rede pública, a cidade
de Igrejinha ganhou o Prêmio
Inovação em Gestão Educacional, concedido
pelo MEC.
”Tenho dado um nome a esse prêmio: reconhecimento.
Reconhecimento ao trabalho de um pequeno município”,
fala a Secretária da Educação, Liége
Lana Brusius. A cidade tem uma área é de 137
km², com cerca de 30 mil habitantes. A rede pública
possui 13 escolas de ensino fundamental, 10 de ensino infantil,
8 unidades de turno inverso (instituições que
oferecem atividades extra-classe) e 1 centro de técnica
especializado (serviço de fonoaudiólogos, psicólogos,
etc).
A simples implantação de questionários
fez com que a infra-estrutura das escolas melhorasse. Como
isso é possível? Com o envolvimento de todos
e comprometimento com a educação. Pois, nesse
método os professores, diretores, coordenadores pedagógicos,
vigias, faxineiros, pais dos alunos, estudantes e demais integrantes
que compõem a comunidade escolar, chegando até
a Secretaria da Educação, avaliam e são
avaliados.
Avaliar todos os envolvidos no processo educacional foi um
desafio, declara a secretária. “Ás vezes
as idéias que passam na sala da diretoria não
é o que anseia a comunidade. Por isso, encontramos
na avaliação educacional um canal para a comunidade
se expressar”.
Cada instituição teve autonomia para adequar
os questionários a sua realidade. Os resultados foram
colocados em um software, desenvolvido especialmente para
a esta tarefa, o qual aponta os pontos positivos e os a melhorar
em cada instituição. Os problemas que pedem
mudanças são resolvidos pela diretoria e acompanhados
pela Secretaria até a execução final
da resolução.
Laboratórios de informática, ampliação
das salas de aula, área coberta, turno integral, melhoria
na limpeza e cuidados com o banheiro são as conquistas
alcançadas pelas escolas. Pois, foram aspectos apontados
nos questionários como precisando de mudanças.
Pequenas ações sem custo algum também
geraram melhoria, como, por exemplo, afixar na porta das unidades
de educação infantil o cardápio do dia,
para que as mães não repitam a mesma comida
em casa - proposta sugerida pelas mães. O ensino em
geometria é outro tópico beneficiado, pois foi
detectado que precisa ser ensinado com mais aprofundamento.
Tudo isso, fez com que os resultados atingidos pelos estudantes
de Igrejinha no Prova Brasil ficassem acima da média
estadual e nacional. ”Deus foi muito generoso comigo
quando colocou o Plano Nacional de Educação
na minha mão. Procurei implantar o que estava determinado
e deu certo”, fala satisfeita a secretária ao
explicar que quando saiu do seio da escola para integrar a
Secretaria da Educação se sentiu perdida no
primeiro momento. “A escola tem muitos papeis, mas não
pode abrir mão de garantir que todo aluno tenha acesso
a educação formal”, conclui ela.
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