Alvo de denúncias de favorecimento,
a fila de transplante de medula óssea vai mudar. O
Ministério da Saúde promoverá em março
um encontro para estabelecer critérios técnico-científicos
para determinar a ordem dos pacientes nas filas de busca de
doadores e de centros credenciados para a realização
do transplante.
Há três semanas, o oncologista Daniel Tabak,
ex-chefe do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo)
do Instituto Nacional do Câncer (Inca), denunciou ter
sofrido pressão política para alterar a ordem
da fila e favorecer dois pacientes. Cerca de 600 pessoas aguardam
a busca de doadores internacionais e vagas nos quatro únicos
centros credenciados para transplantes de medula óssea
entre pessoas não aparentadas no país.
"As mudanças são urgentes porque os critérios
são frouxos e obscuros", disse o diretor do Inca,
José Gomes Temporão.
O Cemo, responsável pelo gerenciamento da fila de
transplantes, será a unidade mais atingida. Temporão
explicou que serão criadas duas coordenações,
ligadas diretamente à direção do Inca,
para cuidar do cadastro de doadores e do cadastro de pacientes,
funções do Cemo. A unidade perderá o
controle sobre a marcação das cirurgias, que
ficará a cargo do Sistema Nacional de Transplantes
do Ministério da Saúde.
"O Cemo vai voltar a ser somente uma unidade transplantadora
e também voltada para a pesquisa", disse.
O objetivo das mudanças, explicou Temporão,
é dar mais transparência ao que tem sido um foco
de tensão no sistema público de saúde.
O diretor disse que o médico poderá inscrever
seu paciente pela internet, recebendo imediatamente uma senha,
que permitirá o acompanhamento de seu paciente da fila.
Temporão disse que negocia com o Ministério
da Saúde o repasse de R$ 24 milhões este ano
para garantir a busca internacional de doadores para os 600
pacientes da fila, já que o cadastro do Registro Brasileiro
de Doadores de Medula Óssea não localizou doadores
no país para estes casos.
As informações são
do Globo Online.
|