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meio ambiente
06/02/2004
Lei da biossegurança aprovada na Câmara é vitória de ambientalistas

Depois de vários embates, trocas de acusações, protestos públicos e muito lobby, a Câmara dos Deputados aprovou, por votação simbólica, na madrugada de ontem, o projeto de Lei de Biossegurança. Eram 2h15, quando os poucos ambientalistas que ainda acompanhavam a votação comemoraram. O texto aprovado significou uma vitória da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e uma derrota do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Os ruralistas também não gostaram.

O motivo do descontentamento foi a inclusão de um artigo que dá poderes ao Ibama de exigir estudo e relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) antes da liberação do plantio e da venda de produtos transgênicos. De acordo com o texto, também caberá ao Conselho de Ministros, com representantes de 15 pastas, dar a palavra final sobre a venda de transgênicos.

Rodrigues disse que preferia a proposta do antigo relator do projeto e hoje ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que dava à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a palavra final sobre a venda de transgênicos. Quando soube que a exigência de EIA-Rima atrasará em até três anos a liberação comercial dos produtos, comentou: “Se for isso mesmo, irá engessar o processo. É um retrocesso trágico”.

Já Marina disse ter ficado muito satisfeita. Para a ministra, a CTNBio ficou com o tamanho certo. “A comissão tem agora as atribuições adequadas. O substitutivo foi melhor, no entendimento do governo, da maioria dos parlamentares e de boa parte da comunidade científica.”

Rodrigues estava no plenário quando o deputado Babá (sem partido-PA) fez um discurso em que o criticava. Passava da meia-noite. O ministro ainda conversou com o líder do governo na Câmara, Miro Teixeira, e o relator do projeto, Renildo Calheiros (PCdoB-PE), que garantiram a ele que a Agricultura não sairia perdendo. Mas o assessor jurídico do Ministério, José Silvino Filho, não concordou. “Isso é uma falácia”, disse.

O texto dá autonomia à CTNBio para liberar a pesquisa de laboratório e de campo com transgênicos. A comissão poderá se pronunciar sobre liberação da venda, mas órgãos como o Ibama e a Anvisa também poderão exigir estudos prévios para a liberação.


EVANDRO ÉBOLI
do Diário de S. Paulo

   
 
 
 

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