HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

estrados da chuva
05/02/2004
Lula culpa antecessores

Ao visitar ontem, sob chuva, as áreas mais atingidas pelas enchentes em Pernambuco, na Bahia e no Piauí, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpou seus antecessores pelos transtornos causados pelos temporais, prometeu recursos para consertar os estragos e afirmou que vai reconstruir as casas derrubadas pelas águas. Mas pediu paciência aos desabrigados e afirmou que não vai reassentar ninguém em áreas de risco, mesmo que a solução para os problemas demore mais.

"Vocês são vítimas do descaso que, historicamente, o poder público tem com o povo pobre do nosso país. O pobre sempre vai ser escorraçado para áreas que alagam, para morro que escorrega ou para a beira de um córrego que, quando enche, deixa as casas alagadas", discursou Lula em Teresina.

O presidente disse que os problemas se acumularam “de tal ordem que não há milagre que, num toque de mágica, possa resolver”. E citou números: 117 mil pessoas atingidas pelas enchentes em 16 estados, 2.600 casas destruídas e 9.700 moradias danificadas. À noite, porém, a Defesa Civil Nacional divulgou os números atualizados e piores: 120.592 desabrigadas ou desalojadas em 405 municípios, 4.285 casas destruídas, 27.730 danificadas, 96 mortos e 112 feridos.

Embora o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, tenha afirmado que não existe limite de recursos para recuperar as áreas atingidas, os únicos valores mencionados na viagem foram os R$ 32 milhões que já estão sendo usadas no envio de remédios, comida e água potável, além da retirada de pessoas de cidades e áreas isoladas; e os R$ 7 milhões que serão liberados para a reconstrução de um trecho do dique do Rio Poti, que ameaça romper e deixar 220 mil pessoas desabrigadas em Teresina.

"Não queremos enganar o povo porque vocês já foram enganados a vida inteira", disse Lula.

Jarbas reclama da burocracia
O presidente disse que será feito um levantamento conjunto dos prejuízos, por parte dos governos municipais e estaduais, e observado de perto pela União:

"Vamos fazer seis milhões de casas populares e as populações desabrigadas terão prioridade. Mas não podemos ser irresponsáveis e levantar as casas que caíram no mesmo lugar, para que na próxima chuva elas voltem a cair. Vamos ter que contar com apoio de governos e prefeituras para recolocar populações em outras áreas que não sejam de risco".

Ciro informou que há 16 equipes do governo federal visitando as áreas atingidas em todo o país, para “um levantamento criterioso” das necessidades. Tanta cautela deixou irritado o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que criticou o que chamou de excesso de burocracia do governo na liberação de recursos.

"Os recursos gerais são poucos. O presidente impôs restrição para a reconstrução de casas, disse que isso terá um monitoramento maior do governo. Isso é todo um processo burocrático e demorado. Tivemos também os exemplos de cestas básicas enviadas por Brasília, mas que não chegaram na ponta, como ocorreu no município de Floresta", disse Jarbas.

Nascido no agreste de Pernambuco — de onde fugiu de uma seca — Lula apelou para a crença do sertanejo, que reza muito invocando chuva.

"Foi tanta reza que veio chuva demais. É verdade que tem 117 mil que foram brutalmente atingidos. Mas tem uns 20 milhões de brasileiros que estão felizes, diante da perspectiva de plantar e fazer uma colheita tão grande como nunca tiveram na vida", disse o presidente.


As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
05/02/2004 Deputados gastam R$ 1,3 mi em combustível
05/02/2004
Lula intervém na equipe de Patrus
05/02/2004
Ministério distribui medicamentos no nordeste
05/02/2004
Unicamp reduz verba para investimento
05/02/2004
Inspeção encontra feridos na Febem
04/02/2004
Inadimplência em universidades cai 70%
04/02/2004
Brasil é o que mais lucraria com fim de trabalho infantil
04/02/2004
Brasil é o 6º maior empreendedor
04/02/2004
Palocci: mudar a economia agora deixaria país sem rumo
04/02/2004
Patrus buscará adesão ao projeto Fome Zero